terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Respondendo a uma dúvida de um aluno nosso do Curso de Iniciação Teológica (www.cursoscatolicos.com.br) de como lidar com seus parentes "Testemunhas de Jeová":
Para nós católicos, o nome "próprio" de Deus não é tão importante. Chamamo-lo de Pai, como Jesus ensinou, ou simplesmente de Deus, que é o termo que traduz o que Ele é segundo nossa limitação humana. Deus não é birrento nem petulante de exigir tratamento por tal ou tal nome: isso seria justamente usar de seu nome em vão.
Conforme nosso artigo, o nome revelado a Moisés não era nem é pronunciado pelos judeus tal qual era escrito, mas inseriam as vogais de Adonay (Senhor) no meio das consoantes de YHWH, ficando YeHoWaH, não para ler Jeová, mas para lembrar de pronunciar Adonay naquele lugar. Por que nós pronunciaríamos assim? Jeová é um nome artificial, sem significado nenhum em hebraico.
As Testemunhas de Jeová não são sequer cristãos. Utilizam uma bíblia própria, adulterada segundo os interesses dos fundadores e "anciãos". Como os protestantes em geral, ignoram a unidade de toda a Sagrada Escritura e baseiam suas crenças em versículos isolados. Quando um outro versículo contradiz, o adulteram ou ignoram.
Sobre as adulterações da bíblia TJ ("Tradução do Novo Mundo"), veja estes artigos:
Sobre sua história e principais erros:
Eles têm treinamento prático e intensivo para suas visitas, ensaiam cada palavra, pergunta e cada folheto que pretendem te dar. São treinados também para responder as principais objeções, e quando são surpreendidos por alguém com algum conhecimento das Escrituras vão querer voltar com um "ancião" ou oferecer um "curso bíblico". Por esses motivos, não é muito frutífero querer debater com eles, mas algumas verdades podem ser jogadas no ar, tenho a devida astúcia de não cair nas armadilhas que têm nas mangas.
Eles não leem nada do que você queira dar-lhes, mas não custa tentar. Encontrei estes folhetos com uma síntese dos seus erros, mas a linguagem é direcionada para a formação do público em geral, não exatamente para entregar aos TJs:

Não custa tentar falar um pouco sobre nossa fé, ao invés de tentar atacar a deles. Aqui temos alguns folhetos nesse sentido (veja a seção de folhetos do nosso blog):
  1. Jesus Cristo mentiu? - fatos sobre a existência de Jesus, dos Evangelhos e da Igreja.
  2. "A Minha Igreja" - sobre a única e verdadeira Igreja de Cristo.
  3. A Bíblia Católica -  sobre as diferenças entre as bíblias católicas e protestantes, a importância da Tradição, os erros de tradução.
  4. Por que não sou protestante? - são sete razões principais. [áudio mp3]
  5. Por que creio na Igreja Católica? - porque temos certezas. 
  6. Só a bíblia basta? - cinco razões porque a bíblia não é autossuficiente.


quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Revistas, livros, sites e intrometidos em geral gostam de afirmar que a data do Natal é arbitrária ou que foi escolhida para substituir a festa pagã romana do "Sol invictus". Esta parece uma bela coincidência, mas a verdade é que essa festa é posterior (criação do "deus" em 222 d.C., criação do culto em 270 d.C., oficialização do culto no dia 25/12 em 274 d.C.) ao conhecimento da data do Natal. É mais certo que o imperador tenha colocado essa festa justamente para confrontar os cristãos.

Como descobrimos o 25 de dezembro

Temos informações bíblicas e históricas suficientes para intuir que esta data esteja bastante correta.
Partimos da informação da concepção de João Batista:
"Nos tempos de Herodes, rei da Judéia, houve um sacerdote por nome Zacarias, da classe de ABIAS; sua mulher, descendente de Aarão, chamava-se Isabel. Ora, exercendo Zacarias diante de Deus as funções de sacerdote, NA ORDEM DA SUA CLASSE, coube-lhe por sorte, segundo o costume em uso entre os sacerdotes, entrar no santuário do Senhor e aí oferecer o perfume" (Lc 1,5.8-9).
No Primeiro Livro de Crônicas (1Cr 24,1-7.19), está estabelecida a ordem das 24 classes sacerdotais. Junto com outros textos e informações, pesquisadores como Annie Jaubert, Shemarjahu Talmon, Josef Heinrich Friedlieb e outros conseguiram calcular a data desse turno sacerdotal como tendo ocorrido na semana do Dia da Expiação; em nosso calendário, o Dia da Expiação cai em qualquer dia entre 22 de Setembro e 8 de outubro.

Daí se concluiu que o segundo turno de Abias em que serviu Zacarias ocorreu na semana de 24 a 30 de setembro. Somando-se nove meses da gestação, João Batista teria nascido em 24 de junho, conforme tradição antiga da Igreja. Alguns tradições orientais celebram também o anúncio do nascimento de João Batista em 24 de setembro.


Ora, quando o anjo Gabriel apareceu a Maria, em Lucas 1,36, disse que Isabel já estava no sexto mês de gravidez. Logo, se João Batista foi concebido em setembro, seis meses depois, em Março, Maria ficou grávida de Jesus. Precisamente em 25 de março a Igreja desde muito antigamente celebrou a Anunciação. De março a nove meses: 25 de dezembro!



Testemunhos patrísticos

Alguns Padres da Igreja já alegavam que 25 de Dezembro era o nascimento de Cristo antes das datas pagãs. 
Teófilo (115-181 d.C), bispo católico de Cesareia na Palestina:
Devemos comemorar o aniversário de Nosso Senhor; a cada 25 de dezembro isso deve acontecer.” 
Santo Hipólito (170-240) escreveu que o nascimento de Cristo ocorreu em 25 de dezembro:
O Primeiro Advento de nosso Senhor na carne ocorreu quando Ele nasceu em Belém, era 25 de dezembro, uma quarta-feira, enquanto Augustus estava em seu quadragésimo segundo ano, que é de cinco mil e quinhentos anos desde Adão. Ele morreu no trigésimo terceiro ano, 25 de março, sexta-feira, no décimo oitavo ano de Tibério César, enquanto Rufus e Roubellion eram cônsules.” (Comentário sobre Daniel 4, 23)
Santo Agostinho confirma esta tradição de 25 março como a concepção messiânica e 25 de dezembro como o Seu nascimento:
É crido que ele foi concebido no dia 25 de março, dia em que também ele sofreu; de modo que o seio da Virgem, no qual ele foi concebido, onde ninguém dos mortais foi gerado, corresponde à nova sepultura na qual ele foi enterrado, na qual ninguém havia sido posto (Jo 19,41), nem antes nem depois dele. Mas ele nasceu, segundo a tradição, em 25 de dezembro.” (Sobre a Trindade Livro 4,  Capítulo 5)

Objeções

Já indicamos que a festa do Sol Invictus é posterior à data do Natal. Passamos então a outras objeções:

O solstício e as saturnálias

Saturnália era uma festa popular do inverno dos romanos. No entanto, o solstício de inverno cai em 22 de dezembro, e as saturnálias ocorriam de 17 a 23 de dezembro. As datas, portanto, não coincidem com o Natal em 25 de dezembro.
Pastor e ovelhas no inverno em Belém

O inverno e os pastores

Alguns dizem que não poderiam haver pastores nos campos em 25 de dezembro pois era inverno rigoroso. Ora, estão pensando em inverno de Papai Noel. A temperatura em Belém no inverno chega em torno de 10º, perfeitamente suportável, e basta pesquisar (ou ir lá) para ver os pastores e as ovelhas no inverno. 


Conclusão

Fica claro, portanto, que a data de 25 de dezembro não é nada arbitrária, pois é apoiada por dados históricos, bíblicos e pela tradição litúrgica mais antiga da Igreja. 
Percebe-se também que não é uma data absolutamente precisa, pois calculou-se o período de gestação de nove meses exatos, e sabemos que isso não é tão exato assim. A diferença de poucos dias que possa haver não diminui a comemoração, cuja data mais provável e consagrada é o 25 de dezembro.



Referências

Wikipedia. Sol Invicto

segunda-feira, 18 de novembro de 2019


  A “Primeira Investigação”
Antes do XVIII século era opinião comum que os quatro Evangelhos narravam de forma histórica e quase literal a vida e palavras de Jesus. A cristologia de então partia de uma abordagem “alta, descendente”, da consideração de Jesus como o Cristo, o Filho de Deus, e a partir daí chegar à sua humanidade. Ao final desse século o protestantismo alemão se viu obrigado a responder ao racionalismo liberal iluminista. Os teólogos então começam a aplicar o método da crítica histórica aos textos bíblicos.
O primeiro foi Reimarus, que teve sua obra publicada por seu discípulo Lessing. Faziam uma distinção entre o projeto de Jesus e a intenção dos discípulos. Jesus pregou o reino dos céus e a conversão. Foi um messias político que visava libertar os judeus do jugo romano. Diante do fracasso de Jesus, os seus discípulos inventaram a ressurreição, apresentando-o como um messias apocalíptico que haveria de voltar.
Fazem parte desse “primeiro” racionalismo: Hess, Reinhard, Herder, Bahrdt e Venturini. Para Bahrdt, por exemplo, Jesus não foi mais do que um instrumento nas mãos dos essênios para minar o poder dos sacerdotes e dos fariseus. Seus milagres foram inventos desta seita. Para Venturini, Jesus foi um curandeiro.
Logo surge um período chamado “racionalismo clássico”. Paulus, seu principal expoente, apresenta em 1828 Jesus como um grande mestre de moral. Seus milagres são todos explicados de modo racional.
Scheilermacher faz distinção entre o Jesus da história e o Cristo da fé. Este, se vê no Evangelho de João; aquele, nos três sinóticos. Os milagres que não podem ser explicados racionalmente devem ser negados.
Para David Strauss os evangelhos são relatos míticos. Não são relatos frutos do engano, como dizia Reimarus, mas frutos de imaginação mítica que cria uma narração para transmitir uma idéia. Isso não afeta o núcleo da fé cristã: a humanidade de Deus, segundo ele. Os evangelhos são, portanto, dirigidos para a fé e não possuem fiabilidade histórica; é impossível reconstruir a vida de Jesus de Nazaré.
Surge nos anos seguintes a “questão sinótica”. A investigação passa do âmbito teológico para a crítica literária. Até então Mateus era considerado o evangelho mais antigo. Weisse, discípulo de Strauss, e Wilke propuseram a hipótese das “duas fontes” em 1838. Marcos não seria um resumo mas sim uma fonte, pois Mateus e Lucas coincidem entre si em ordem somente quando coincidem com Marcos. Há ainda uma fonte de ditos comuns (fonte “Q”, Quelle = fonte) a Mateus e Lucas, hoje perdida. Esta teoria determina o estudo dos evangelhos até hoje.
Ao mesmo tempo se desenvolve a escola liberal protestante (“Libertemo-nos do dogma e voltemos ao homem Jesus”, proclamavam) que confiam nos evangelhos como fontes históricas, principalmente as duas fontes, ao contrário da escola racionalista. Sobressaem Weiss, Harnack e Renan. Pretendiam traçar o itinerário psicológico de Jesus e libertar sua imagem dos retoques do kerigma (primeiro anúncio para a conversão). Jesus teria pregado uma religião interna, moralista e espiritualizante; morreu como mártir.
Em 1901 Wrede vai contra a historicidade de Marcos dizendo que o segredo messiânico (Jesus proibia os curados de divulgar sua pessoa) era uma construção da comunidade primitiva, não de Jesus, que não tinha consciência messiânica.
Karl Schmidt demonstrou o caráter fragmentário e descontínuo dos evangelhos.
Juntos, Wrede e Schmidt desbancam a escola liberal, levando toda a investigação sobre a pessoa de Jesus a um impasse.
Em 1892, Martin Kähler faz a distinção, que marcaria toda a pesquisa posterior, entre o Jesus histórico e o Cristo da fé. Jesus é o homem de Nazaré descrito pela crítica e Cristo é o salvador pregado pela Igreja. Este é o único real, pois do Jesus histórico pouco podemos saber.
Neste mesmo contexto de separação entre história e kerigma, surge Bultmann, teólogo protestante que radicaliza o programa de Strauss, Kähler e Wrede de separar Jesus do Cristo. Surgem também dois fatores importantes: a investigação baseada na história das religiões e a aplicação da história ou crítica das formas aos sinóticos.
Reitzenstein e Bousset traçam paralelos entre o cristianismo e as antigas religiões orientais, considerando que o helenismo e o gnosticismo influenciaram a teologia do Novo Testamento. Wellhausen, pelo mesmo caminho, conclui que os evangelhos tem valor histórico somente enquanto testemunho de fé da comunidade primitiva.
Schmidt havia descoberto a composição em unidades independentes nos evangelhos e que o marco narrativo foi criado secundariamente pelos evangelistas. Passou-se dos estudos das fontes para o estudo das tradições. Para a escola bultmaniana estas unidades de tradição oral não se originaram durante a vida de Jesus. A história das formas então conclui que os evangelhos não são biografias, mas testemunhos de fé; não são devidos a uma pessoa mas são compilações.

A “Nova Investigação”
A posição de Bultmann instiga o estudo do problema por parte de seus alunos e dos teólogos católicos. Käsemann, discípulo direto de Bultmann, dá novo rumo à pesquisa a partir de 1953, afirmando que o Jesus terreno e o Ressuscitado é o mesmo. Constata a continuidade entre a pregação de Jesus e dos Apóstolos.
A partir desta década, vários trabalhos são publicados no sentido de que a pessoa de Jesus é o fundamento do kerigma; não é possível afirmar nada em perspectiva cristológica que não se baseie no Jesus histórico. A cristologia deve se basear nas autênticas palavras e atos de Jesus, segundo J. Jeremias. O começo da fé não está no kerigma, mas na pessoa mesma de Jesus.
Neste momento da investigação, com a ajuda da crítica redacional, se vão fixando os “critérios de autenticidade histórica”. São quatro os fundamentais:
1. Critério de testemunho múltiplo.
2. Critério de descontinuidade ou dessemelhança. Quando não se pode reduzir a concepções do judaísmo ou mesmo da Igreja primitiva. Mostra a originalidade de Jesus.
3. Critério de dificuldade. Considera autêntico um texto que tenha gerado dificuldade de interpretação ou embaraço à Igreja primitiva.
4. Critério de coerência com os demais critérios.
A “Nova Investigação” chegou às seguintes conclusões: é impossível e desnecessário fazer uma biografia de Jesus; os evangelhos são as únicas fontes de acesso a Jesus e neles estão unidos história e fé, acontecimento e interpretação; há continuidade entre a história e o kerigma; não se busca mera informação sobre Jesus, mas sua significação existencial para a compreensão do mistério humano.
A “Terceira Investigação”A partir de 1980 se inicia um novo processo investigativo sobre Jesus marcado pelo deslocamento do mundo alemão, pelo caráter interdisciplinar, interconfessional e interreligioso e pelo grande volume de obras sobre o tema. Se tem chegado a alguns consensos:
- os Evangelhos, sobretudo os sinóticos, são as principais fontes históricas sobre Jesus.
- a importância da fonte “Q” e da literatura apócrifa, e das descobertas de Qumran e Nag Hammadi.
- a colocação de Jesus no ambiente e contexto sócio-histórico judeu de sua época, sobretudo da Galiléia.
As principais questões discutidas nessa investigação:
- a situação sócio-política da Galiléia do tempo de Jesus. Alguns pensam num momento conflitivo em que Jesus se apresenta como reformador social (Borg, Crossan, Horsley). Outros pensam numa situação tranqüila e Jesus como um profeta escatológico (Sanders, Meier).
- a compreensão de Reino de Deus. Muitos pensam os ditos sobre o Reino como criação da comunidade. Parece que a proximidade de tal Reino pertence à pregação de Jesus, mas resta esclarecer se se trata do fim da história (Sanders, Meier) ou uma transformação social do presente (Crossan, Mack).

Conclusão
É possível reconhecer algo de certo através da evolução da crítica sobre o Jesus histórico. Pode-se dizer que a fé não nasce dela mesma. Por trás da pregação primitiva e da fé pós-pascal está um acontecimento histórico: Jesus de Nazaré.
É inegável a autenticidade do material evangélico. Recorrendo a esse abundante material se pode reconhecer alguns traços da personalidade de Jesus.
Toda a história da investigação sobre Jesus trata, e continuará tratando, de como conciliar fé e história.

Bibliografia
CADAVID, Alvaro. La investigación sobre la vida de Jesús. In: Teologia y vida. Vol. XLIII. Medellín, 2002. pp. 512-540.
LOEWE, William P. Introdução à Cristologia. São Paulo: Paulus, 2000. p. 5-54.

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Há um aparente conflito de informação no texto em que aparecem as Bem-aventuranças nos evangelhos de Mateus e Lucas. 

Mateus diz que Jesus subiu uma montanha e fez um longo sermão, que inclui oito bem-aventuranças (ou nove, ou dez, se contar a ocorrência da expressão "bem-aventurados") e gasta três capítulos inteiros no relato (Mt 5-7); Lucas diz que Ele desceu e fez o sermão na planície, contando quatro bem-aventuranças, e gasta um capítulo (Lc 6,17-49).

Mas não há contradição. Vejamos:

O Sermão da montanha, como se vê em Mateus, é algo muito maior do que só o discurso das bem-aventuranças. Parece que Jesus tenha demorado pelo menos dois dias nessa montanha com seus discípulos (Lc 6,12). 

Assim inicia o sermão em Mateus: 
"Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele." Mateus 5,1
E assim é relatado o sermão mais curto em Lucas:
"E Jesus, descendo com eles, parou num lugar plano, onde havia não só grande número de seus discípulos, mas também grande multidão do povo, de toda a Judeia e Jerusalém, e do litoral de Tiro e de Sidom, que tinham vindo para ouvi-lo e serem curados das suas doenças". Lucas 6,17
Parece, então, que Jesus tenha dito todo o sermão a um círculo mais restrito de discípulos na montanha, e ao descer falou como toda a multidão de forma mais resumida. O sermão em Mateus é mais teológico, espiritual, o de Lucas é mais prático, pastoral.

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quinta-feira, 29 de agosto de 2019

1. A Assunção de Nossa Senhora foi definida dogmaticamente em 1950, na CONSTITUIÇÃO APOSTÓLICA DO PAPA PIO XII MUNIFICENTISSIMUS DEUS. O documento é curto e suficiente para entender. Sugiro a leitura. Em resumo: Se Maria foi preservada do pecado original (dogma da imaculada conceição), não poderia estar sujeita à consequência do pecado, a degradação da morte.
2. O corpo físico de Maria foi elevado não só no sentido do movimento físico, mas tal como Jesus ressuscitado teve seu corpo "glorificado", na expressão de São Paulo, assim o foi o de Maria. Na ressurreição da carne a matéria é transformada, de modo que não fica mais restrita ao espaço: Jesus aparecia e desaparecia, atravessada paredes e portas, no entanto comia e se deixava ser tocado. Era um corpo material porém transfigurado. Assim também é o corpo de Maria.
Portanto, não há como dizer "onde" estão esses corpos, já que não mais se prendem às mesmas leis da matéria atual. Estão em algum lugar que um dia saberemos onde é.
Assunção ou Dormição de Nossa Senhora
3. Enoque e Elias não tiveram seus corpos ressuscitados ou assuntos, como o de Jesus e Maria. A tradição judaica diz que foram arrebatados porque ninguém sabe seu paradeiro. Inclusive de Elias há dois relatos: um diz que subiu em uma carruagem de fogo, outro diz que foi em um redemoinho. Isso prova que é apenas uma tradição oral, significando a importância especial daquele profeta. Não há motivo ou base teológica para sustentar que seus corpos estão no céu. Somente Jesus e Maria. E no fim dos tempos, todos nós.
4. A questão do "arrebatamento" não é doutrina católica. Alguns protestantes interpretam literalmente (mal) alguns trechos bíblicos e julgam que haverá um arrebatamento de algumas pessoas. Essa teoria só surgiu no século XIX.
Veja os seguintes trechos de São Paulo e como nós católicos interpretamos:

"Irmãos, não queremos que ignoreis coisa alguma a respeito dos mortos, para que não vos entristeçais, como os outros homens que não têm esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que nele morreram. Eis o que vos declaramos, conforme a palavra do Senhor: por ocasião da vinda do Senhor, nós que ficamos ainda vivos não precederemos os mortos. Quando for dado o sinal, à voz do arcanjo e ao som da trombeta de Deus, o mesmo Senhor descerá do céu e os que morreram em Cristo ressurgirão primeiro. Depois nós, os vivos, os que estamos ainda na terra, seremos arrebatados juntamente com eles sobre nuvens ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.". I Tes 4,13-18

 "Assim como todos morreram em Adão, assim todos serão vivificados em Cristo". (I Cor. 15,22).
Para ir com Cristo, é preciso morrer primeiro.

Os que serão "arrebatados" morrerão neste arrebatamento, para que possam então renascer e ter a vida eterna. Assim sempre entendeu a Igreja, cuja doutrina se encontra bem expressa nas palavras de S. Ambrósio:
"Nesse arrebatamento sobrevirá a morte. À semelhança de um sono, a alma se desprenderá do corpo, (mas) para voltar ao corpo no mesmo instante. Ao serem arrebatados, morrerão. Chegando, porém, diante do Senhor, novamente receberão suas almas, em virtude da (própria) presença do Senhor; porquanto não pode haver mortos na companhia do Senhor". (Catecismo Romano, I XII 6)".
É semelhante ao que ocorreu com Nossa Senhora. Não se diz que ela não morreu: "a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial" (Munificentissimus Deus, 44). Os orientais chamavam essa morte de Maria de "dormição".
Portanto, somente Nossa Senhora foi "arrebatada". Todos nós outros ressuscitaremos no último dia. Quem estiver vivo nesse dia, passará por uma espécie de morte para ter seu corpo glorificado, ressuscitado.
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sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Ainda é do desconhecimento de muitos católicos a doutrina da Igreja sobre a sexualidade humana.
Há quem ignore por completo a existência de exigências morais sobre a sexualidade e a fecundidade, além do "não adulterar".
Outros pensam num extremo oposto, que a doutrina moral da Igreja reconhece o sexo apenas para a procriação, algo que tornaria dificílimo o exercício da sexualidade de um casal.
Em resumo, o ato sexual tem uma dupla finalidade, unitiva e procriativa:
O prazer sexual é moralmente desordenado quando procurado por si mesmo, isolado das finalidades da procriação e da união. (Catecismo, 2351)
Nem toda relação sexual resulta em fecundação, pois a mulher tem um amplo período infértil em cada ciclo ovulatório. Por isso é lícito, bom e desejável que os esposos tenham relações nesses períodos, porque aumentam o afeto entre si e não estão rejeitando o aspecto procriativo, pois este está limitado por um fator natural.
A fecundidade é um dom, uma finalidade do matrimónio, porque o amor conjugal tende naturalmente a ser fecundo. O filho não vem de fora juntar-se ao amor mútuo dos esposos; surge no próprio coração deste dom mútuo, do qual é fruto e complemento. Por isso, a Igreja, que «toma partido pela vida» (112), ensina que «todo o acto matrimonial deve, por si estar aberto à transmissão da vida» (113). «Esta doutrina, muitas vezes exposta pelo Magistério, funda-se sobre o nexo indissolúvel estabelecido por Deus e que o homem não pode quebrar por sua iniciativa, entre os dois significados inerentes ao acto conjugal: união e procriação». (Catecismo, 2366)
Para saber mais, leia: Planejamento familiar, controle de natalidade ou paternidade responsável?

Entre os atos moralmente contrários à dignidade da sexualidade humana e ao dom da fecundidade estão os atos que dissociam a procriação do ato sexual (inseminação e fecundação artificial), os métodos contraceptivos (químicos, de barreira, naturais) e a esterilização direta (laqueadura e vasectomia).
É sobre estes últimos que nos deteremos sobre a culpabilidade e a reparação; a sua inadmissibilidade é facilmente verificável, por exemplo:
A regulação dos nascimentos representa um dos aspectos da paternidade e da maternidade responsáveis. A legitimidade das intenções dos esposos não justifica o recurso a meios moralmente inadmissíveis (por exemplo, a esterilização directa ou a contracepção). (Catecismo, 2399)

 Culpabilidade e reparação de uma vasectomia ou laqueadura

Para formar um juízo justo sobre a responsabilidade moral dos sujeitos, e para orientar a acção pastoral, deverá ter-se em conta a imaturidade afectiva, a força de hábitos contraídos, o estado de angústia e outros factores psíquicos ou sociais que podem atenuar, ou até reduzir ao mínimo, a culpabilidade moral. (Catecismo, 2352, grifos nossos)
Quando a pessoa ou o casal diz que "não sabia" que era pecado a esterilização, se está sendo sincera, fica claro que não tem culpa grave. Às vezes pode haver um outro pecado, que é o de não ter procurado aconselhamento e informação suficiente sobre decisões tão importantes.
Em todo caso, é recomendável que o fato seja confessado sacramentalmente (confissão com um sacerdote), para que se inicie a devida reparação.
Todo pecado exige reparação, nesta vida ou na próxima (purgatório). No caso específico da esterilização, há algumas coisas que poderiam ser feitas, de acordo com cada caso, e de preferência sob orientação de um confessor.

1. Se o casal está em idade fértil e ainda pode ter filhos:
- É desejável fazer a reversão do procedimento.
- Se não há condição financeira para isso, busque outra forma de penitência, talvez uma obra ou atividade em favor das famílias e das crianças.

2. Se o casal já não tem idade fértil ou tenha impedimento grave de saúde:
busque uma forma de reparação, talvez uma obra ou atividade em favor das famílias e das crianças.

- Em ambos os casos, busque o casal conhecer a doutrina da Igreja que ignoravam, conheça também conhecimento sobre sexualidade e fecundidade, e busquem a castidade (NÃO É abstinência sexual, mas boa vivência da sexualidade dentro do matrimônio). O casal infértil pode manter a vida sexual para garantir o significado unitivo do ato para o casamento e oferecer seus sacrifícios a Deus e ao próximo.

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Curso Matrimônio, Família e Fecundidade / Curso Moral Fundamental e das Virtudes
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segunda-feira, 22 de julho de 2019

1. O sofrimento não é causado pelo pecado pessoal, mas pelo pecado em geral, isto é, o pecado original, do qual carregamos a marca, não a culpa. Todos sofrem, independente de sua qualidade moral, por causa da solidariedade humana tanto no bem quanto no mal. Cristo, sem pecado, sofreu como ninguém para resgatar a humanidade do próprio pecado, que por si não pode se salvar. Somente Deus pode salvar, embora necessite da colaboração humana por causa da liberdade.



2. O sacramento tem em vista em primeiro lugar à cura espiritual e a salvação da alma. Os desígnios de Deus, insondáveis, podem tirar um bem maior de uma doença melhor do que se a pessoa fosse curada.
Ainda assim, a decadência do corpo humano é natural e inevitável. Só Deus sabe o que é melhor para cada pessoa, embora não possamos dizer que tudo acontece porque Ele quer, mas porque Ele permite ou porque a liberdade humana promoveu.

3. A unção dos enfermos perdoa os pecados do doente oferecendo a salvação (eterna) e, se for a vontade de Deus, também o alívio físico.

O sofrimento humano não é necessário, mas é inevitável. O que cada um pode fazer é unir seu sofrimento ao de Cristo, único capaz de dar a salvação.
Sobre isso, ler a carta Salvifici doloris, do papa João Paulo II, sobre o sofrimento humano.

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domingo, 21 de julho de 2019

Uma indulgência é a extinção da pena temporal dos pecados já perdoados.
A pena dos pecados são suas consequências. Mesmo um pecado já perdoado pode continuar gerando consequências más, que necessitam ser reparadas. A indulgência remove essa pena, de modo que não é preciso mais reparar.

As indulgências são aplicadas/distribuídas pela Igreja, que é a administradora do tesouro dos méritos de Cristo.

Enquanto um tribunal humano poderia indulgenciar um condenado absolvendo-o de cumprir pena, restando apenas acertar as contas com Deus, o tribunal da Igreja absolve das penas eternas pela confissão e das penas temporais pelas indulgências.As indulgências só podem ser obtidas em vida, através de boas obras, para si mesmas ou para os defuntos, que não podem mais fazer qualquer obra. Por isso os vivos podem obter indulgências para os mortos.

A pena é proporcional à gravidade dos pecados.

As indulgências não são um processo interior, são graças, é a misericórdia de Deus, os méritos do sacrifício de Cristo, que são infinitos. Somente Cristo, Deus e homem inocente, poderia pagar as ofensas feitas a Deus, que são infinitas, pois Deus é infinita bondade. Os poucos méritos pessoais que nós temos só tem valor pois foram assumidos por Cristo que se fez homem.

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sábado, 20 de julho de 2019

O arrependimento ou contrição é perfeito quando movido pelo amor a Deus, no caso, pela consciência de ter ofendido a Deus com o pecado, quando sinceramente não resta nenhum gosto por aquilo que se fez. É, por exemplo, o arrependimento do filho pródigo, que logo que percebe seu erro exclama: "Pequei contra o céu...". Ele não se arrependeu apenas para voltar a ter os benefícios do antigo lar, mas foi com amor, não se importando em ser recebido como escravo.

Quando a contrição é perfeita, essa espécie de dor na alma faz com que a pessoa deteste o pecado, e faça de tudo para evitar cometê-lo novamente.

Esse tipo de arrependimento, por si, já alcança o perdão de Deus.

Qualquer outro tipo de arrependimento, por exemplo, movido apenas por vergonha, por medo das consequências, é chamado de contrição imperfeita.

A contrição imperfeita é movida pelo temor do castigo eterno, pela vergonha pessoal, ou qualquer outro motivo.

Não se exige contrição perfeita para o perdão dos pecados na confissão.  

A contrição perfeita é derivada de um amor puríssimo a Deus, um arrependimento profundo que brota do amor a Deus sobre todas as coisas, do desejo de reparar a ofensa feita à sua Bondade. Dizem os santos que esta contrição é raríssima.


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sexta-feira, 19 de julho de 2019

O pecado é venial quando não foi cometido com inteira liberdade ou vontade, em matéria leve. Por exemplo, num acesso de raiva, ou bastante forçado por outras pessoas, de modo difícil de resistir.

O sacramento da Penitência perdoa todos os pecados, mortais e veniais. Mas os pecados veniais não extinguem a graça, de modo que outras obras penitenciais ou o arrependimento sincero bastam para apagá-los. O pecado mortal, diferentemente, só pode ser apagado na Confissão. Por isso, só é estritamente necessário confessar pecados mortais, embora se recomende confessar também os
veniais.

Os pecados veniais abrem caminho para os mortais. É necessário esforçar-se para eliminá-los constantemente, sob o risco de tornar-se cada vez mais insensível à graça. O acúmulo de pecados "leves" pode tornar-se um peso na vida espiritual.

Curso Moral Fundamental e das Virtudes:
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quinta-feira, 18 de julho de 2019

Os dons preternaturais ampliavam ou prolongavam as perfeições da natureza. Tais eram:

a) a imortalidade ou o poder não morrer, pois em Gn 2,7; 3,3s.19; Sb 2,14; Rm 5,12, a morte é apresentada como consequência do pecado. Isto significa que, antes do pecado, o homem não morreria dolorosa e violentamente como hoje morre;

b) a integridade ou a imunidade de concupiscência desregrada, visto que os primeiros pais antes do pecado não se envergonhavam da sua nudez (cf. Gn 2,25; 3,7-11); os seus instintos e afetos estavam em consonância com a razão e a fé; não havia neles tendências contraditórias;

c) a impassibilidade ou a ausência de sofrimentos, pois estes decorrem da sentença condenatória de Gn 3,16; além do quê, são precursores naturais da morte violenta que, de algum modo, afeta todo homem;

d) a ciência moral infusa, que tornava os primeiros homens aptos a assumir suas responsabilidades diante de Deus.


O batismo não devolve estes dons, pois os efeitos do pecado permanecem. Só teremos novamente este dons após esta vida, e definitivamente na ressurreição final.

Curso Teológico Pastoral Completo
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quarta-feira, 17 de julho de 2019


Acompanhe os argumentos seguintes. É necessário esclarecer várias coisas diferentes para explicar a questão aparentemente simples.

1. O sacramento do matrimônio cristão significa, no casal, a união para toda vida, indissolúvel, por decisão de ambos e de Deus ("O que Deus uniu, o homem não separe"), realizando a união misteriosa entre Deus e seu povo, entre Cristo e a Igreja (Ef 5,32). Por isso, não existe divórcio para o cristão. Assim como a palavra de Deus é irrevogável, assim deve ser a nossa em matéria tão importante e santa como o casamento.
A separação às vezes é justa (como no caso de violência), mas o vínculo permanece até a morte: foi o que os dois prometeram e consentiram na celebração do casamento. É questão de coerência, de honra à palavra dada e de respeito ao menos a Deus que o casamento assumido não seja desfeito.

2. Ora, um novo casamento, existindo ainda o primeiro (e único) vínculo, é objetivamente um pecado, tecnicamente, de adultério. "Eu vos declaro que todo aquele que rejeita sua mulher, exceto no caso de matrimônio falso, e desposa uma outra, comete adultério. E aquele que desposa uma mulher rejeitada, comete também adultério." (Mt 19,9)

3. A comunhão com o Corpo e Sangue do Senhor na Eucaristia exige de todos o estado de graça, isto é, ausência de pecado mortal (pecado mortal é o pecado cometido com consciência e liberdade em matéria grave) que rompe com a graça divina. Ou seja, ninguém deve comungar com algum pecado não devidamente confessado (os pecados veniais podem ser perdoados com o sincero arrependimento no ato penitencial da Missa e nas boas obras).
4. Uma pessoa que tenha se separado e unido a outra em um "segundo" casamento está em pecado, como dito no item 2 acima, mas não pode confessar esse pecado enquanto não se emendar, ou seja, enquanto não desfizer essa união ilegítima. Estaria tentando profanar o sacramento da confissão ao querer o perdão de algo pelo qual não se arrepende e não quer (ou não pode) mudar de vida. Não pode comungar enquanto está em pecado e não pode se confessar porque não quer consertar o erro.
4.1 Pode acontecer que alguém diga que "não sabia" que não podia casar novamente após um divórcio. Não vamos julgar a ignorância das pessoas, mas não deixa de ser pecado por isso. Se se arrependeu depois, pode desfazer o segundo vínculo e voltar à comunhão com a Igreja através do sincero arrependimento e mudança de vida.
4.2 Acontece também que muitos "descobrem" seu erro quando descobrem que não podem mais participar dos sacramentos e isso passa a incomodar, mas não podem mais se separar por causa do filhos do novo casamento. Neste caso, se for sincero o arrependimento e desejo de mudança de vida, basta que passem a viver "como irmãos", isto é, sem contato sexual próprio do matrimônio. Isto será o compromisso deles com o confessor, que recomendará também o modo de participarem da Igreja, para não gerar nenhum escândalo.

5. Fica claro, portanto, que o fato de que os recasados não possam comungar não é um castigo imposto pela Igreja, mas uma proteção contra um novo e mais grave pecado. Ninguém que está em pecado mortal deve comungar, mas alguns pecados são visíveis a todos (pecados públicos). Nada além da consciência impede que os recasados entrem numa fila de comunhão onde não são conhecidos, mas “todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor (...) [pois] aquele que o come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação.” (1Co 11,27-29)

Eis as razões por que não estão em comunhão sacramental com a Igreja os recasados, mas podem e devem levar uma vida o mais possível santa, alimentando-se da Palavra e da comunhão espiritual com Deus na vida pessoal e comunitária.


O Sacramento do Matrimônio: sinal da união entre Cristo e a Igreja

quinta-feira, 11 de julho de 2019

“Um astro luminoso em um século obscuro”

São Bento nasceu em Núrsia por volta do ano 480 d.C., e foi definido por São Gregório como “um astro luminoso” em uma época dilacerada por uma grave crise de valores. De fato, os ensinamentos de São Bento foram uma das alavancas mais poderosas, após o declínio da civilização romana, para o nascimento da cultura europeia.
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A obra mais importante de São Bento, irmão de Santa Escolástica, foi a composição da Regra escrita por volta do ano 530 d.C. Trata-se de um Manual, um código de orações para a vida monacal. O santo exorta os monges a “ouvirem com o coração” e a “jamais perderem a esperança na misericórdia de Deus”. A sua intenção se tornou não só um farol do monacato, mas também uma fonte providencial de esperança para os pobres e peregrinos e, portanto, para reanimar o destino do Velho Continente.
“ O santo exorta os monges a “ouvirem com o coração” e a “jamais perderem a esperança na misericórdia de Deus”. ”
Bento trouxe a novidade, depois dos excessos do período romano e das violências dos bárbaros, ao não olhar “à condição social nem à riqueza”, mas ao “sentido da pessoa, constituída à imagem de Deus”, como afirmou Papa Francisco por ocasião da conferência (Re)Thinking Europe em outubro de 2017.

Na ocasião o Santo Padre recordou que os ensinamentos de São Bento foram fundamentais para a construção de mosteiros, tornando-se depois o “berço do renascimento humano, cultural, religioso e também econômico do continente”.

São Bento, pai da Europa

São Bento é o pai da Europa. Quando o Império Romano se afundou, consumido pela vetustez e pelos vícios, e os bárbaros investiram sobre as províncias, este homem a quem já chamaram o último dos grandes romanos (na expressão de Tertuliano), aliando a romanidade ao Evangelho, extraiu destas duas fontes o auxílio e a força que lhe permitiram unir fortemente os povos da Europa sob o estandarte e a autoridade de Cristo. (…) De fato, do mar Báltico ao Mediterrâneo, do oceano Atlântico às planícies da Polônia, legiões de monges beneditinos adoçaram as nações rebeldes e selvagens, por meio da cruz, dos livros e da charrua.

Oração e trabalho”: não é certo que esta divisa dos beneditinos contém, na sua majestosa brevidade, a lei principal da humanidade e a sua regra de vida? (…) Orar é um preceito divino; como o é trabalhar: não é certo que temos de cumprir um e outro, para glória de Deus e aperfeiçoamento do nosso espírito e do nosso corpo? (Pio XII)

quarta-feira, 12 de junho de 2019



Uma boa preparação para os sacramentos, todos eles, passa por três etapas diferentes, mas que na prática costumam ser negligenciadas. A maioria das pessoas procura saber sobre os sacramentos na última hora, restando apenas a etapa ou preparação imediata, ficando para trás a preparação próxima e a remota.

Os "cursos de noivos" são, geralmente, a preparação imediata, já às portas da celebração do matrimônio.

A meu ver, as mais importantes e mais negligenciadas são as preparações remota e próxima. Mais importante por um dado bastante concreto: a preparação imediata acontece já durante o noivado, isto é, o casal já se prometeu em matrimônio. Qualquer engano ou impedimento ao matrimônio dificilmente será retirado, ocultando-se graves problemas em vista da consecução do prometido. Casarão a qualquer custo, mesmo sob mentiras ou ocultações.

Mas este ainda não é o erro que quero mostrar. Já existem paróquias que fazem uma preparação próxima e imediata em vários encontros, não mais em um "cursinho" de um ou dois dias, geralmente encarado como exigência burocrática e de fato pouco proveitosa, quando não desastrosa por falta de preparação dos catequistas. O modelo de preparação em vários encontros consegue passar melhor tudo aquilo que é o mínimo desejado e pedido pelos setores da Igreja responsáveis pela catequese da família.

O erro que quero chamar a atenção é a ausência total ou falta de ênfase para um aspecto da vida espiritual da família a se constituir que é essencial: a iniciação cristã dos filhos, que começa no Batismo.

O casal sai da preparação do matrimônio com a cabeça na celebração, às vezes com alguma ideia da vida matrimonial pós-celebração, mas não têm pouca ou nenhuma noção da importância do batismo dos seus futuros filhos. E aqui começa uma bola de neve de uma vida de Igreja descuidada, pois sempre se lembra de preparar os sacramentos às pressas.

Quando nasce o primeiro filho, passam-se meses envolvidos no cuidado essencial do recém-nascido, e quando sobra um tempo, quando baixa a poeira ou quando alguém lembra, vão pensar no batizado. Nessa altura já tem um padrinho e uma madrinha escolhidos, não os melhores, mas os que mais agradam os interesses dos pais. Vão procurar saber dos "procedimentos" para o batismo e se deparam com "dificuldades": não tem a data exclusiva que eles querem, os padrinhos não podem ser padrinhos, não tem tempo para preparação, etc. Quem sabe eles pudessem ter se preparado durante a gravidez? Quando nascer a criança já pode ser batizada de imediato.

Parece que a solução pastoral não só em vista de uma melhor preparação para o matrimônio, mas também para a vida cristã no seu todo, é uma catequese mais preventiva ou por antecipação. Não é justo cobrar de jovens noivos uma plena consciência do que seja o matrimônio se isto não lhes foi oferecido antes que se enamorassem. Não é justo cobrar a participação das crianças na vida da Igreja se isto não lhes foi ensinado na família. Não é justo cobrar dos esposos a educação cristã de seus filhos se isto não compreenderam e prometeram quando se casaram.

Na prática, penso que o "curso de batismo" deve ser dado na preparação para o matrimônio; o "curso de noivos" deve ser dado aos jovens, desde a catequese para crisma; a catequese da crisma deve ser dada na preparação imediata da primeira Comunhão; a preparação para a Comunhão deve iniciar na preparação para o Batismo; o "curso de batismo" deve ser dado na preparação para o matrimônio...


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 Curso Matrimônio, Família e Fecundidade
Curso Matrimônio, Família e Fecundidade
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quinta-feira, 18 de abril de 2019

 O Sábado Santo, antes da solene Vigília Pascal, em que já se comemora a Ressurreição, é marcado pelo silêncio, pela ausência de celebrações, mas esconde um mistério pouco lembrado: após sua morte, o corpo de Cristo jaz no sepulcro, mas sua alma segue o curso natural de todos os homens de até então. Ele "desceu aos infernos".
O termo pode estranhar, mas aqui "infernos", do latim, significa apenas o "lugar inferior", segundo o Antigo Testamento, em que todas as almas repousavam. No hebraico, o termo é sheol. No grego, hades. Na tradução ao português do Credo apostólico rezamos: "Desceu à mansão dos mortos".

Este fato é bem noticiado no Novo Testamento:
1. "Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados - o Justo pelos injustos - para nos conduzir a Deus. Padeceu a morte em sua carne, mas foi vivificado quanto
ao espírito. É neste mesmo espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram detidos
no cárcere, àqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes." (1Pd 3,18-
19)
2. “A Boa Nova foi igualmente anunciada aos mortos…” (1Pd 4,6).
3. "os mortos ouçam a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem vivam" (Jo 5,25).
4. Cristo ressuscitado "detém a chave da morte e do Hades" (Ap 1,18)
5. "Jesus desceu às regiões inferiores da Terra. Aquele que desceu é precisamente o
mesmo que subiu" (Ef 4, 9-10).

O sheol era uma realidade até Cristo. Agora já não existe mais. Entendamos:


http://www.cursoscatolicos.com.br/A Criação é um ato de bondade de Deus. Criou-nos por amor e para participarmos do seu amor. Para isso nos fez à sua imagem e semelhança, isto é, seres espirituais, capazes de conhecer e amar livremente.
Por sermos livres, podemos escolher amar ou não amar. O pecado, assim, é consequência possível da criação bondosa de Deus que não obriga ninguém. O pecado é um NÃO A DEUS, voluntário, e por isso não se pode dizer que a consequência do pecado (o afastamento de Deus) é vontade de Deus, mas fruto da decisão humana.
Deus criou-nos para viver com Ele eternamente, mas o primeiro pecado quebra essa harmonia entre criatura e Criador, de modo que ninguém mais, desde o pecado original, pode "ver a Deus". O pecado gerou a morte.

A pena do pecado original é a carência da visão de Deus (ninguém mais podia ver a Deus); mas o pecado original não é uma culpa atual (eu não cometi o pecado original, apenas carrego suas consequências, como uma herança humana). Então, antes de Cristo, mesmo sendo bom, justo, não se podia ver a Deus, mas nem por isso os justos poderiam sofrem a pena do pecado atual, que é o tormento do inferno eterno.
Os justos do Antigo Testamento, então, sofriam a pena de dano, a ausência de Deus, no sentido de uma angústia por não poder vê-LO, mas não a de sentido (o "fogo" corpóreo, o castigo/consequência da rejeição de Deus e conversão às criaturas). Esse "lugar" ou estado de alma também foi chamado de limbo. A parábola do rico e do pobre Lázaro supõe esse lugar, onde o atormentado podia ver o consolado no "seio de Abraão", isto é, no lugar dos justos.

Desde o pecado original, a história humana torna-se uma História da salvação: Deus prepara uma saída misericordiosa para essa enrascada em que o homem se meteu. Ele prepara e anuncia um Redentor, que viria libertar o homem da escravidão (da consequência) do pecado. Escolhe um povo e o encaminha para receber a salvação.

Na "plenitude dos tempos", isto é, quando a humanidade estava melhor preparada, Deus envia o Redentor, o Salvador -- quem diria? -- o próprio Filho de Deus, desde então desconhecido pois estava na Eternidade.
O homem não era capaz, mas só o homem, por ser livre, poderia corrigir seu destino. Deus é capaz, mas não poderia interferir na liberdade humana. Solução divina!: DEUS TORNA-SE HOMEM para sanar toda a humanidade.

Jesus morreu realmente: desceu ao limbo, como todos. Mas alguém sem pecado não poderia sofrer a pena do dano. POR SER DEUS, venceu a morte e o diabo "que tem o poder da morte" (Heb 2,
14). "O morte, serei a tua morte, ó inferno, serei para ti como uma mordida." (Os 13,14).

ANUNCIOU O EVANGELHO – LIBERTOU OS SANTOS – ABRIU O CÉU 
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Esse mistério é lembrado liturgicamente somente na Liturgia das Horas. Eis Ofício de Leituras do Sábado Santo (grifos nossos):

De uma antiga homilia de Sábado Santo
(In sancto et magno Sábbato: PG 43, 439. 451. 462-463) (Sec. IV)

A descida do Senhor ao reino dos mortos

   Um grande silêncio reina hoje sobre a terra; um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei dorme; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque Deus adormeceu segundo a carne e despertou os que dormiam há séculos. Deus morreu segundo a carne e acordou a região dos mortos. 
   Vai à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Quer visitar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte. Vai libertar Adão do cativeiro da morte, Ele que é ao mesmo tempo seu Deus e seu Filho. 
   Entrou o Salvador onde eles estavam, levando em suas mãos a arma vitoriosa da cruz. Quando Adão, nosso primeiro pai, O viu, batendo no peito, cheio de admiração, exclamou para todos os demais: «O meu Senhor esteja com todos». E Cristo respondeu a Adão: «E com o teu espírito». E tomando-o pela mão, levantou-o dizendo: «Desperta, tu que dormes; levanta-te de entre os mortos e Cristo te iluminará».
   Eu sou o teu Deus que por ti Me fiz teu filho, por ti e por estes que nasceram de ti; agora digo e com todo o meu poder ordeno àqueles que estão na prisão: ‘Saí’; e aos que jazem nas trevas: ‘Vinde para a luz’; e aos que dormem: ‘Despertai’. 
   «Eu te ordeno: Desperta, tu que dormes, porque Eu não te criei para que permaneças cativo no reino dos mortos. Levanta-te de entre os mortos; Eu sou a vida dos mortos. Levanta-te, obra das minhas mãos; levanta-te, minha imagem e semelhança. Levanta-te, saiamos daqui; tu em Mim e Eu em ti, somos um só.
   «Por ti Eu, teu Deus, Me fiz teu filho; por ti Eu, o Senhor, tomei a tua condição de servo; por ti Eu, que habito no mais alto dos Céus, desci à terra e fui sepultado debaixo da terra; por ti, homem, Me fiz homem sem forças, abandonado entre os mortos; por ti, que saíste do jardim do paraíso, fui entregue aos judeus no jardim e no jardim fui crucificado.
   «Vê no meu rosto os escarros que por ti suportei, para te restituir o sopro da vida original. Vê no meu rosto as bofetadas que suportei para restaurar à minha semelhança a tua imagem corrompida.
   «Vê no meu dorso os açoites que suportei, para te livrar do peso dos teus pecados. Vê as minhas mãos fortemente cravadas à árvore da cruz, por ti, que outrora estendeste levianamente as tuas mãos para a árvore do paraíso.
   «Adormeci na cruz, e a lança penetrou no meu lado, por ti, que adormeceste no paraíso e formaste Eva do teu lado. O meu lado curou a dor do teu lado. O meu sono despertou-te do sono da morte. A minha lança susteve a lança que estava dirigida contra ti.
   «Levanta-te, vamos daqui. O inimigo expulsou-te da terra do paraíso; Eu, porém, já não te coloco no paraíso, mas no trono celeste. Foste afastado da árvore, símbolo da vida; mas Eu, que sou a vida, estou agora junto de ti. Ordenei aos querubins que te guardassem como servo; agora ordeno aos querubins que te adorem como a Deus, embora não sejas Deus.
   «Está preparado o trono dos querubins, prontos os mensageiros, construído o tálamo, preparado o banquete, adornadas as moradas e os tabernáculos eternos, abertos os tesouros, preparado para ti desde toda a eternidade o reino dos Céus».

Amém!

quarta-feira, 3 de abril de 2019


catolicosregresen.org | Traduzido por Márcio Carvalho



Não importa há quanto tempo você esteja longe da Igreja Católica, você sempre pode voltar para casa. Você pode começar indo à missa novamente e se tornar um membro de uma comunidade paroquial que está pronta para recebê-lo de braços abertos. Deus convida você a decidir aprofundar sua fé como nunca fez antes.
Talvez você sinta um estranho impulso dentro de você que te faz reconsiderar a Igreja. Esse anseio espiritual que sente é Deus que está te chamando. Deus nunca te obriga, ele só te convida. Ele deixa a decisão de retornar à Igreja Católica em suas mãos.
Há muitas razões para retornar à Igreja Católica. Embora Cristo seja a principal razão entre muitos outras para retornar à Igreja, a experiência pessoal de retorno é única, dependendo do que cada coração ouve dentro de si.
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Aqui estão as dez razões que influenciaram a decisão de muitas pessoas de retornar à prática da religião católica:

• Número 10: porque queremos dar sentido à nossa vida.

No burburinho da vida agitada de hoje, de repente muitos de nós nos damos conta de que nossas vidas perderam seu significado ou propósito. Começamos a nos perguntar, qual é o significado da minha vida? Por que eu faço o que faço? Existe uma confusão generalizada em nossa cultura em relação à moralidade e verdade. A Igreja Católica se oferece como um farol de luz que dá sentido à nossa existência e nos conduz à vida eterna, se perseverarmos nela.

• Número 9: Porque as memórias de nossa infância retornam à memória.

Algumas pessoas dizem que as memórias da infância quando se tinha um relacionamento com Deus reaparecem mais tarde na vida. Começamos a nos perguntar: É possível recuperar a simplicidade da fé? Posso realmente acreditar que Deus está cuidando de mim? A secularização em nossa sociedade desconecta as pessoas de sua própria dimensão espiritual. A Igreja Católica oferece tanto experiências religiosas como místicas que alimentam o coração, a mente, corpo e alma, bem como uma variedade de ministérios leigos ativos que estão interligados e se relacionam com a sociedade de hoje fazendo desta uma sociedade mais santa para viver.

• Número 8: Porque todos cometemos erros.

Há alguns entre nós que se sentem oprimidos pelo peso do pecado que vai se acumulando dentro de nós. Queremos nos livrar da culpa de ter machucado os outros. Começamos a pensar, Deus me perdoará? Existe alguma maneira de começar de novo? Você pode dizer a Deus que se arrepende, mas é através do sacramento da reconciliação que você terá a certeza do perdão de Deus. Além disso, você não apenas se reconciliará com Deus, mas também com todos os outros membros da Igreja, o Corpo de Cristo (CIC 1440), e você receberá a graça necessária para empreender um começo totalmente novo.

• Número 7: Porque precisamos perdoar os outros.

Às vezes guardamos rancores e ressentimentos contra pessoas que nos magoaram profundamente. Talvez fosse um membro da família ou um amigo. Talvez tenha sido outra pessoa (uma freira ou um padre), ou talvez algo tenha acontecido na igreja. Deus me perdoará? Nossa cultura moderna aprova e encoraja a raiva e a vingança. Mas ódio e amargura são como cânceres espirituais que devoram nossos corações. A Igreja Católica oferece a oportunidade de buscar a ajuda de Deus para perdoar os outros, mesmo quando a outra pessoa não pede desculpas ou merece perdão. A capacidade de perdoar é um dom que amplia o coração de uma pessoa para receber o amor e a paz de Deus.

• Número 6: Porque queremos ser curados.

Há alguns entre nós levando feridas espirituais profundas. Sentimos raiva de Deus quando lutamos contra as coisas negativas que acontecem conosco – uma doença incurável, uma lesão que nos enfraquece, um relacionamento rompido, problemas mentais ou emocionais, um ato de violência contra uma pessoa inocente, um acidente inexplicável, desastres naturais, morte de um ente querido ou qualquer outra decepção. A Igreja Católica não pode mudar essas situações ou explicar por que elas aconteceram. Mas há pessoas na Igreja que podem ajudá-lo no processo de cura espiritual para que você possa continuar com sua vida.

• Número 5: Porque a Igreja Católica possui a totalidade da verdade e da graça.

Muitos de nós que nos afastamos da Igreja Católica participamos por algum tempo das bênçãos do culto de diferentes denominações cristãs. Mas alguns retornam quando percebem que o catolicismo possui a totalidade da verdade e da graça. A Igreja Católica não foi fundada por uma única pessoa em busca de reforma ou movimento histórico isolado. Não é fragmentado por interpretações individuais das Escrituras. Existem milhares de denominações cristãs, mas apenas uma Igreja Católica. Esta igreja foi sendo guiado pelo Espírito e protegida do erro em matéria de fé e moral de geração em geração por cerca de dois mil anos, tal como prometido por nosso Senhor Jesus Cristo (profetizado em Isaías 22, 15-25) Mateus 16,13-20; Mateus 18, 15-18 (neste verso a palavra é igreja, não comunidade); 1 Tim 3,15.

• Número 4: Porque queremos que nossas crianças tenham os fundamentos da fé.

Alguns de nós retornamos à Igreja Católica porque reconhecemos que criar filhos em uma cultura que promova "fazer o que quiser" produziria resultados desastrosos. As crianças precisam experimentar a dimensão espiritual em suas vidas. Eles precisam de um sistema de crenças estruturado e de uma sólida formação moral que vá além da lógica e do raciocínio humanos. Voltamos porque queremos que nossos filhos sejam capazes de construir suas vidas em uma base sólida.

• Número 3: Porque queremos fazer parte de nossa comunidade de fé.

Muitos de nós procuramos sentir que pertencemos a algo. No entanto, nossa comunidade é mais do que apenas pessoas amigáveis, sermões inspirados e atividades interessantes. Uma comunidade cristã católica é um grupo de pessoas que se reúne em torno da pessoa de Jesus Cristo para adorar a Deus e viver à luz do Espírito Santo. Os católicos se reúnem na missa, nos sacramentos e nas atividades paroquiais para orar, celebrar as alegrias, lamentar as perdas, servir aos outros, dar apoio e receber força para a vida diária. Uma paróquia católica oferece isso - e muito mais - para pessoas que reconhecem a importância de andar com os outros em direção à união com Deus.

• Número 2: Porque queremos ajudar outras pessoas.

Há muitas oportunidades no mundo secular para ser voluntário. O que falta é a dimensão espiritual que esse tipo de serviço oferece dentro da Igreja Católica. É mais do que uma atividade para "sentir-se bem". É parte do "grande mandamento" (Marcos 12,28) de amar a Deus e ao próximo como a si mesmo. Ao chegar aos outros, os voluntários católicos se tornam instrumentos do amor de Deus. A Igreja Católica oferece oportunidades para impactar a vida das pessoas aqui e no resto do mundo.

• Número 1: Porque estamos com fome da Eucaristia.

[A Eucaristia é a razão mais importante pela qual as pessoas retornam à Igreja]
Muitas pessoas retornam à Igreja Católica porque sentem grande desejo pela Eucaristia. Às vezes acontece durante um casamento, um funeral, um batismo, uma primeira Comunhão ou uma Crisma. Às vezes acontece quando as pessoas estão sozinhas ou enfrentando dificuldades em suas vidas. As pessoas descrevem isso como um profundo desejo de apaziguar a fome pelo alimento espiritual que é receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade de Jesus Cristo. A fome da Eucaristia origina o reconhecimento da presença de Cristo nos outros sacramentos, o que os aproxima ainda mais da prática de sua fé. É, sem dúvida, a principal razão pela qual as pessoas retornam à Igreja Católica.



A maioria das pessoas descobre que o retorno à Igreja não é um evento isolado, mas sim um processo que envolve um pouco de dor e riso, alguma reflexão, oração, discernimento e muito abandono. "Meu verdadeiro retorno à plena participação na paróquia aconteceu há três anos, depois de sentir saudade pela primeira vez", admitiu uma pessoa.

E o que recebemos em troca? A Igreja Católica nos oferece união com Jesus Cristo:
  • · Nas Sagradas Escrituras
  • · Na oração
  • · Na participação da comunidade com os outros
  • · Na Eucaristia
  • · E nos outros sacramentos.
Ela nos oferece suporte espiritual nos bons e maus momentos também. Dá-nos a sabedoria divina de milhares de anos de pessoas como você que viveram em todos e cada um dos séculos de história cristã: 33d.C., 100 d.C., 800 d.C., 1000 d.C., 1300 d.C., 1964 d.C., e 2005 d.C. Oferece-nos significado e propósito nesta vida e a promessa de vida eterna com Ele depois da morte para aqueles que perseveram até o fim.
Você sabe que está em casa quando começa a sentir uma profunda sensação de paz.


Uma nota pessoal: Para aqueles (famílias, maridos, esposas, etc.) que deixaram a Igreja Católica ou que não são cristãos católicos e que tenham descartado a possibilidade de sê-lo por causa dos recentes problemas na Igreja, eu gostaria de compartilhar o seguinte.

Temos problemas, mas usar a crise na Igreja como uma desculpa para não ser católico, ou para um cristão não católico não se tornar católico não é desculpa. Somos e sempre seremos uma Igreja de santos e pecadores. Através da Eucaristia, onde REALMENTE participamos da Natureza Divina, Nosso Senhor nos molda em direção à maturidade e, se necessário, leva os ressentimentos que fomos mantendo em nossos corações por muitos anos em nossa alma. Devemos cooperar com Ele, com nossas orações, e não fugir.
Vamos esperar e rezar para que nos próximos anos os líderes da Igreja, escolhidos por decreto divino, levem a sério a tarefa de examinar [e tomar medidas sérias do caso] a situação espiritual e o ambiente de muitos seminários católicos, para avaliar e examinar professores de seminários, diretores vocacionais e religiosos.
Embora os meios de comunicação tendam a pintar os problemas em nossa Igreja com um pincel largo e nunca em uma luz positiva, lembre-se que há muitos santos sacerdotes que realizam a sua vocação silenciosamente e são realmente santos testemunhas de Jesus. (Estes são os padres que nunca estarão no noticiário da noite.) Tanto como Jesus foi rejeitado pelo mundo, assim a Igreja que Ele fundou e os verdadeiros seguidores desta Igreja serão rejeitados.
Um exemplo: Nos últimos anos, foram feitos estudos sobre o abuso sexual dentro de igrejas. O estudo foi baseado na correspondência entre o incidente e a população da igreja.
Adivinhem que igreja teve o menor nível de incidência de abuso sexual? Adivinhou corretamente: a Igreja Católica.
Será que vamos ouvir isso em nossas notícias locais?




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