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sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Vivemos tempos em que o absurdo deixou de ser exceção e passou a ser regra. O que antes causava espanto — a inversão de valores, a distorção da justiça, a manipulação da linguagem — agora é tratado com naturalidade, como se fosse parte inevitável do progresso. Mas será mesmo progresso? Ou estamos diante de uma regressão moral disfarçada de "democracia"?

A normalização do absurdo é o sintoma de uma sociedade que perdeu o senso da verdade. E essa perda não é acidental: ela é fruto de um projeto ideológico que mina os fundamentos da civilização cristã.

Certas ideologias modernas operam por meio de uma lógica perversa: a dialética do “nós contra eles”. Essa visão de mundo transforma o outro em inimigo, alimenta o ressentimento e promove a vingança como forma de justiça. O sofrimento é instrumentalizado, e a inveja é travestida de virtude revolucionária.

A fé cristã, ao contrário, propõe a reconciliação. Todos são irmãos, filhos do mesmo Pai. A justiça não é vingança, é ordem moral. A caridade não é sentimentalismo, é ação transformadora. A Doutrina Social da Igreja oferece princípios sólidos — dignidade da pessoa humana, solidariedade, subsidiariedade — que apontam para uma sociedade justa sem recorrer ao ódio.

O avanço do Direito principialista, que privilegia princípios vagos em detrimento da lei positiva, abriu espaço para interpretações subjetivas que distorcem até mesmo a Constituição. Juízes se tornam intérpretes da própria moral, não da justiça objetiva, atuando como agentes políticos em vez de guardar a lei; violam o devido processo legal e normalizam a censura e a perseguição "em defesa da democracia". A segurança jurídica é corroída, e a verdade legal se torna fluida, moldada por interesses ideológicos.

A tradição cristã ensina que há uma lei natural, inscrita na razão humana, que deve orientar o Direito. Quando essa lei é ignorada, o Direito se torna ferramenta de poder, não de justiça.

A mídia, que deveria informar, muitas vezes deforma. Narrativas são construídas com recortes seletivos, omissões estratégicas e linguagem emocional. A verdade é instrumentalizada para favorecer agendas políticas, econômicas ou ideológicas. As mentiras descaradas diuturnas de poderosos são tratadas com complacência pela imprensa. Também são coniventes e alimentam o mal quando fazem vista grossa a crimes cometidos por aliados ideológicos, ao passo que meras opiniões da oposição são noticiados como "discurso de ódio". O resultado? Uma sociedade desorientada, onde o falso se torna plausível e o verdadeiro, inconveniente.

Como disse São João Paulo II, e sempre repetido por seus sucessores: não há paz sem justiça, não há justiça sem perdão, sem verdade. A manipulação midiática é uma forma sutil e eficaz de normalizar o absurdo.

Diante desse cenário, a resposta não pode ser o silêncio. O cristão é chamado a ser sal da terra e luz do mundo, mesmo que isso implique perseguição. A verdade não é construída, é revelada. A justiça não é vingança, é restauração. A caridade não é passividade, é resistência ativa ao mal.

A normalização do absurdo só será vencida quando recuperarmos o senso da verdade — não a verdade conveniente, mas a verdade que liberta. E essa verdade tem um nome: Jesus Cristo.

terça-feira, 9 de outubro de 2018


A dúvida é comum principalmente em época de segundo turno de eleições majoritárias. Só há duas opções de escolha e, como é normal, nenhuma é excelente.
Mas o católico não deve abster-se de escolher um lado, ainda que com ressalvas. É praticamente impossível que ambas as opções sejam igualmente ruins. Um deve ser pior que o outro. Neste caso, é obrigação moral escolher o mal menor (ver http://martyriaeditora.blogspot.com/2014/08/o-uso-do-principio-do-mal-menor-na.html.)

Contudo a opção deve ser consciente, fazendo as devidas ponderações, pesando os prós e os contras. Caso a pessoa não tenha condições de fazer tal análise, deve consultar pessoas competentes:
"Consciência perplexa é a de quem, diante de dois preceitos estabelecidos, acredita que pecará se escolher um ou outro; caso possa suspender a ação, é obrigado a adiá-la enquanto consulta pessoas competentes. Se não puder suspendê-la, é obrigado a escolher o mal menor, evitando transgredir o direito natural mais do que o direito humano. Se não é capaz de discernir qual seja o mal menor, faça o que fizer, não peca, porque nesse caso falta a liberdade necessária para que exista pecado formal". (Santo Afonso de Ligório)
 Neste caso, de eleições, temos tempo de discernir ou consultar pessoas capacitadas. Então, é obrigação fazê-lo.

O Papa Francisco declarou:
“Envolver-se na política é uma obrigação para o cristão. Nós não podemos fazer como Pilatos e lavar as mãos, não podemos. Temos de nos meter na política porque a política é uma das formas mais altas de caridade, porque busca o bem comum. Os leigos cristãos devem trabalhar na política. A política está muito suja, mas eu pergunto: está suja por quê? Por que os cristãos não se meteram nela com espírito evangélico? É a pergunta que faço. É fácil dizer que a culpa é dos outros… Mas, e eu, o que faço? Isso é um dever. Trabalhar para o bem comum é dever do cristão”.
 O Concílio Vaticano II também ensinou sobre isso: 
“Lembrem-se, portanto, todos os cidadãos ao mesmo tempo do direito e do dever de usar livremente seu voto para promover o bem comum. A Igreja considera digno de louvor e consideração o trabalho daqueles que se dedicam ao bem da coisa pública a serviço dos homens e assumem os trabalhos deste cargo” (Gaudium et Spes, 75).
Essa diretriz é ainda mais antiga, porém atual: disse o Papa Pio XII em seu discurso de 20 de abril de 1946 à Ação Católica Italiana:
“O povo é convocado para tomar sempre considerável parte na vida pública de uma nação. Essa obrigação traz consigo graves responsabilidades. Daí a necessidade dos fiéis terem um claro, sólido e preciso conhecimento das suas responsabilidades no âmbito moral e religioso no que diz respeito ao exercício de seus direitos civis e em particular o direito de voto.
E ainda, no dia 16 de março de 1946 aos padres paroquiais de Roma:
O exercício do direito de voto é um ato de grave responsabilidade moral pelo menos no que diz respeito à eleição daqueles que são chamados a proporcionar a um país sua constituição e suas leis e em particular aquelas que afetam a santificação de dias santos obrigatórios, o casamento, a família, as escolas e a justa e equilibrada regulação de muitas outras questões sociais. É dever da Igreja explicar aos fiéis os deveres morais decorrentes do seu direito eleitoral.”
E em 10 de março de 1948:
“Nas atuais circunstâncias esta é uma estrita obrigação para todos aqueles que possuem o direito de voto, homens e mulheres, de participar nas eleições. Aquele que se abstém de fazê-lo, seja por comodismo ou fraqueza, comete um grave pecado em si mesmo, uma falta mortal. Cada um deve seguir aquilo que sua própria consciência lhes dita. No entanto, é óbvio que a voz da consciência impõe a todo católico o dar seu voto a candidatos que ofereçam garantias verdadeiras no sentido de proteger as prerrogativas de Deus e das almas, para o verdadeiro bem de indivíduos, famílias e sociedade, conforme o amor de Deus e os ensinamentos da moral católica."
Portanto, se está em dúvida, pondere, estude, escute, reflita, reze, escolha e vote.

Para o pleito presidencial de 2018, fizemos este comparativo das propostas para o segundo turno.

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segunda-feira, 27 de agosto de 2018


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Primeiramente, conheça as Orientações para as Eleições segundo os critérios da Doutrina Social da Igreja (DSI) que também servem de base para o seguinte comparativo e análise das propostas de 8 candidatos à Presidência da República nas eleições de 2018.


 Observações preliminares:

  1. Essa análise foi feita por leigos católicos, por livre iniciativa, sem qualquer vínculo com partidos ou organizações políticas.
  2. Não representa uma opinião oficial da Igreja Católica e não foi por Ela encomendada. A Doutrina Social da Igreja não apresenta programas de governo e não tem candidatos oficiais, e os clérigos estão proibidos pelo Direito Canônico de tomar parte ativa na política partidária (c. 287 §2). Por isto, nós leigos tomamos a peito fazer este trabalho.
  3. Os dados das propostas foram todos tirados de fontes oficiais e verificáveis pelos links indicados.
  4. As avaliações das propostas segundo os critérios da DSI são todas coerentes com as já referidas Orientações e com o Compêndio da Doutrina Social da Igreja, salvo qualquer equívoco nosso na análise dos dados, cuja indicação de correção será bem-vinda.

Análise das propostas


Fizemos a listagem das propostas concretas apresentados pelos candidatos, de acordo com o divulgado oficialmente pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Como cada candidato/partido formatou suas propostas de maneiras diferentes, tentamos agrupar as propostas segundo temas: Diretrizes gerais, Assistência e políticas sociais, Noções de direitos humanos, Noções de Governo, Estado e democracia, Saúde, Cultura, Segurança, Infraestrutura, Educação, Meio ambiente, Economia e Internacional.
Nossa avaliação está indicada por um sistema de cores: em vermelho o que é contra a DSI e em verde o que está de acordo com a DSI. Em amarelo, pontos que merecem atenção. O que não está marcado são questões discutíveis ou técnicas, propostas genéricas, óbvias ou que não cabe esta avaliação.
O que estiver em itálico é comentário nosso, bem como as notas no rodapé. O restante é das fontes citadas no documento.

Índice DSI


Criamos um índice ou sistema de notas para atribuir uma nota geral ao candidato comparando e confrontando suas propostas à Doutrina Social da Igreja. As notas atribuídas levam em conta nossa percepção sobre as propostas de acordo com as fontes citadas e não pretendem ter rigor científico.
Foram atribuídas notas -1 (ruim), 0 (neutro/regular) ou +1 (bom) a cada um dos itens de avaliação (histórico, defesa da vida e da pessoa, defesa família, liberdade educação, solidariedade/social, descentralização, livre iniciativa, liberdade expressão, liberdade religiosa, propriedade privada, opção pelos pobres, noções de direitos humanos). O partido também recebe avaliação, que ao final compõe a nota final pela soma entre a nota do candidato e a do partido. Os detalhes da composição das notas obtidas estão nos documentos a seguir.

Os candidatos

Analisamos as propostas de 8 candidatos: 
    • Álvaro Dias (PODE), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB), Jair Bolsonaro (PSL), João Amoêdo (NOVO) e Marina Silva (REDE).
    • Apesar da chapa ser registrada pelo PT ter o ex-presidente Lula como candidato à Presidência e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como vice-presidente, um acordo efetuado com o PCdoB prescreve que a deputada estadual Manuela D’Ávila (RS) ocupe, em um futuro posterior, o cargo de vice. O ex-presidente Lula está preso desde o mês de abril em Curitiba, após ter sido condenado em 2ª instância para cumprir a sentença de 12 anos e 1 mês de corrupção pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, coisa que, segundo a Lei de Ficha Limpa, faz com que ele seja inelegível, o que tanto Lula, como o PT contestam. A questão precisa ser solucionada pelo TSE. Por este motivo, tratamos a proposta e a candidatura simplesmente como PT, sem nenhum nome. O bom senso não nos permite tratar um condenado como candidato.
       
    Não incluímos as propostas de candidatos com intenção de voto irrisória, além do que a maioria deles apresenta grande divergência com a Doutrina Social da Igreja. Porém incluímos os candidatos do MDB e do NOVO a pedidos.

    Comparativo e análises

    Os arquivos estão em formato pdf. Clique para visualizar ou baixar.

    Análises individuais completas, veja nos links abaixo.

     Notas (índice DSI):

    Para detalhes, não deixe de ver os documentos.

    Candidato:
    Vice:
    Coligação:
    Nossa análise da proposta:
    Nota do Candidato
    Nota do Partido
    Nota final:
    Álvaro Dias – PODE
    Paulo Rabello – PSC
    PODE / PRP / PSC / PTC
    36
    2
    38
    Ciro Gomes – PDT
    Kátia Abreu – PDT
    PDT, AVANTE
    -18
    -20
    -38
    Alckmin – PSDB
    Ana Amélia – PP
    PSDB, PP, PTB, PSD, SD, PRB, DEM, PPS, PR
    -9
    -12
    -21
    H. Meirelles (MDB)
    Germano Rigotto (MDB)
    MDB / PHS
    9
    12
    21
    Jair Bolsonaro - PSL
    Gal. Mourão – PRTB
    PSL, PRTB
    30
    26
    56
    João Amoêdo – NOVO
    Christian Lohbauer - NOVO
    9
    8
    17
    Marina – REDE
    Eduardo Jorge – PV
    REDE, PV
    -15
    -8
    -23
    Indefinido – PT
    Indefinido – PT/PCdoB
    PT, PCdoB, PROS
    -51
    -24
    -75
     



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