segunda-feira, 22 de julho de 2019

1. O sofrimento não é causado pelo pecado pessoal, mas pelo pecado em geral, isto é, o pecado original, do qual carregamos a marca, não a culpa. Todos sofrem, independente de sua qualidade moral, por causa da solidariedade humana tanto no bem quanto no mal. Cristo, sem pecado, sofreu como ninguém para resgatar a humanidade do próprio pecado, que por si não pode se salvar. Somente Deus pode salvar, embora necessite da colaboração humana por causa da liberdade.



2. O sacramento tem em vista em primeiro lugar à cura espiritual e a salvação da alma. Os desígnios de Deus, insondáveis, podem tirar um bem maior de uma doença melhor do que se a pessoa fosse curada.
Ainda assim, a decadência do corpo humano é natural e inevitável. Só Deus sabe o que é melhor para cada pessoa, embora não possamos dizer que tudo acontece porque Ele quer, mas porque Ele permite ou porque a liberdade humana promoveu.

3. A unção dos enfermos perdoa os pecados do doente oferecendo a salvação (eterna) e, se for a vontade de Deus, também o alívio físico.

O sofrimento humano não é necessário, mas é inevitável. O que cada um pode fazer é unir seu sofrimento ao de Cristo, único capaz de dar a salvação.
Sobre isso, ler a carta Salvifici doloris, do papa João Paulo II, sobre o sofrimento humano.

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domingo, 21 de julho de 2019

Uma indulgência é a extinção da pena temporal dos pecados já perdoados.
A pena dos pecados são suas consequências. Mesmo um pecado já perdoado pode continuar gerando consequências más, que necessitam ser reparadas. A indulgência remove essa pena, de modo que não é preciso mais reparar.

As indulgências são aplicadas/distribuídas pela Igreja, que é a administradora do tesouro dos méritos de Cristo.

Enquanto um tribunal humano poderia indulgenciar um condenado absolvendo-o de cumprir pena, restando apenas acertar as contas com Deus, o tribunal da Igreja absolve das penas eternas pela confissão e das penas temporais pelas indulgências.As indulgências só podem ser obtidas em vida, através de boas obras, para si mesmas ou para os defuntos, que não podem mais fazer qualquer obra. Por isso os vivos podem obter indulgências para os mortos.

A pena é proporcional à gravidade dos pecados.

As indulgências não são um processo interior, são graças, é a misericórdia de Deus, os méritos do sacrifício de Cristo, que são infinitos. Somente Cristo, Deus e homem inocente, poderia pagar as ofensas feitas a Deus, que são infinitas, pois Deus é infinita bondade. Os poucos méritos pessoais que nós temos só tem valor pois foram assumidos por Cristo que se fez homem.

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sábado, 20 de julho de 2019

O arrependimento ou contrição é perfeito quando movido pelo amor a Deus, no caso, pela consciência de ter ofendido a Deus com o pecado, quando sinceramente não resta nenhum gosto por aquilo que se fez. É, por exemplo, o arrependimento do filho pródigo, que logo que percebe seu erro exclama: "Pequei contra o céu...". Ele não se arrependeu apenas para voltar a ter os benefícios do antigo lar, mas foi com amor, não se importando em ser recebido como escravo.

Quando a contrição é perfeita, essa espécie de dor na alma faz com que a pessoa deteste o pecado, e faça de tudo para evitar cometê-lo novamente.

Esse tipo de arrependimento, por si, já alcança o perdão de Deus.

Qualquer outro tipo de arrependimento, por exemplo, movido apenas por vergonha, por medo das consequências, é chamado de contrição imperfeita.

A contrição imperfeita é movida pelo temor do castigo eterno, pela vergonha pessoal, ou qualquer outro motivo.

Não se exige contrição perfeita para o perdão dos pecados na confissão.  

A contrição perfeita é derivada de um amor puríssimo a Deus, um arrependimento profundo que brota do amor a Deus sobre todas as coisas, do desejo de reparar a ofensa feita à sua Bondade. Dizem os santos que esta contrição é raríssima.


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sexta-feira, 19 de julho de 2019

O pecado é venial quando não foi cometido com inteira liberdade ou vontade, em matéria leve. Por exemplo, num acesso de raiva, ou bastante forçado por outras pessoas, de modo difícil de resistir.

O sacramento da Penitência perdoa todos os pecados, mortais e veniais. Mas os pecados veniais não extinguem a graça, de modo que outras obras penitenciais ou o arrependimento sincero bastam para apagá-los. O pecado mortal, diferentemente, só pode ser apagado na Confissão. Por isso, só é estritamente necessário confessar pecados mortais, embora se recomende confessar também os
veniais.

Os pecados veniais abrem caminho para os mortais. É necessário esforçar-se para eliminá-los constantemente, sob o risco de tornar-se cada vez mais insensível à graça. O acúmulo de pecados "leves" pode tornar-se um peso na vida espiritual.

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quinta-feira, 18 de julho de 2019

Os dons preternaturais ampliavam ou prolongavam as perfeições da natureza. Tais eram:

a) a imortalidade ou o poder não morrer, pois em Gn 2,7; 3,3s.19; Sb 2,14; Rm 5,12, a morte é apresentada como consequência do pecado. Isto significa que, antes do pecado, o homem não morreria dolorosa e violentamente como hoje morre;

b) a integridade ou a imunidade de concupiscência desregrada, visto que os primeiros pais antes do pecado não se envergonhavam da sua nudez (cf. Gn 2,25; 3,7-11); os seus instintos e afetos estavam em consonância com a razão e a fé; não havia neles tendências contraditórias;

c) a impassibilidade ou a ausência de sofrimentos, pois estes decorrem da sentença condenatória de Gn 3,16; além do quê, são precursores naturais da morte violenta que, de algum modo, afeta todo homem;

d) a ciência moral infusa, que tornava os primeiros homens aptos a assumir suas responsabilidades diante de Deus.


O batismo não devolve estes dons, pois os efeitos do pecado permanecem. Só teremos novamente este dons após esta vida, e definitivamente na ressurreição final.

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quarta-feira, 17 de julho de 2019


Acompanhe os argumentos seguintes. É necessário esclarecer várias coisas diferentes para explicar a questão aparentemente simples.

1. O sacramento do matrimônio cristão significa, no casal, a união para toda vida, indissolúvel, por decisão de ambos e de Deus ("O que Deus uniu, o homem não separe"), realizando a união misteriosa entre Deus e seu povo, entre Cristo e a Igreja (Ef 5,32). Por isso, não existe divórcio para o cristão. Assim como a palavra de Deus é irrevogável, assim deve ser a nossa em matéria tão importante e santa como o casamento.
A separação às vezes é justa (como no caso de violência), mas o vínculo permanece até a morte: foi o que os dois prometeram e consentiram na celebração do casamento. É questão de coerência, de honra à palavra dada e de respeito ao menos a Deus que o casamento assumido não seja desfeito.

2. Ora, um novo casamento, existindo ainda o primeiro (e único) vínculo, é objetivamente um pecado, tecnicamente, de adultério. "Eu vos declaro que todo aquele que rejeita sua mulher, exceto no caso de matrimônio falso, e desposa uma outra, comete adultério. E aquele que desposa uma mulher rejeitada, comete também adultério." (Mt 19,9)

3. A comunhão com o Corpo e Sangue do Senhor na Eucaristia exige de todos o estado de graça, isto é, ausência de pecado mortal (pecado mortal é o pecado cometido com consciência e liberdade em matéria grave) que rompe com a graça divina. Ou seja, ninguém deve comungar com algum pecado não devidamente confessado (os pecados veniais podem ser perdoados com o sincero arrependimento no ato penitencial da Missa e nas boas obras).
4. Uma pessoa que tenha se separado e unido a outra em um "segundo" casamento está em pecado, como dito no item 2 acima, mas não pode confessar esse pecado enquanto não se emendar, ou seja, enquanto não desfizer essa união ilegítima. Estaria tentando profanar o sacramento da confissão ao querer o perdão de algo pelo qual não se arrepende e não quer (ou não pode) mudar de vida. Não pode comungar enquanto está em pecado e não pode se confessar porque não quer consertar o erro.
4.1 Pode acontecer que alguém diga que "não sabia" que não podia casar novamente após um divórcio. Não vamos julgar a ignorância das pessoas, mas não deixa de ser pecado por isso. Se se arrependeu depois, pode desfazer o segundo vínculo e voltar à comunhão com a Igreja através do sincero arrependimento e mudança de vida.
4.2 Acontece também que muitos "descobrem" seu erro quando descobrem que não podem mais participar dos sacramentos e isso passa a incomodar, mas não podem mais se separar por causa do filhos do novo casamento. Neste caso, se for sincero o arrependimento e desejo de mudança de vida, basta que passem a viver "como irmãos", isto é, sem contato sexual próprio do matrimônio. Isto será o compromisso deles com o confessor, que recomendará também o modo de participarem da Igreja, para não gerar nenhum escândalo.

5. Fica claro, portanto, que o fato de que os recasados não possam comungar não é um castigo imposto pela Igreja, mas uma proteção contra um novo e mais grave pecado. Ninguém que está em pecado mortal deve comungar, mas alguns pecados são visíveis a todos (pecados públicos). Nada além da consciência impede que os recasados entrem numa fila de comunhão onde não são conhecidos, mas “todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor (...) [pois] aquele que o come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação.” (1Co 11,27-29)

Eis as razões por que não estão em comunhão sacramental com a Igreja os recasados, mas podem e devem levar uma vida o mais possível santa, alimentando-se da Palavra e da comunhão espiritual com Deus na vida pessoal e comunitária.


O Sacramento do Matrimônio: sinal da união entre Cristo e a Igreja

quinta-feira, 11 de julho de 2019

“Um astro luminoso em um século obscuro”

São Bento nasceu em Núrsia por volta do ano 480 d.C., e foi definido por São Gregório como “um astro luminoso” em uma época dilacerada por uma grave crise de valores. De fato, os ensinamentos de São Bento foram uma das alavancas mais poderosas, após o declínio da civilização romana, para o nascimento da cultura europeia.
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A obra mais importante de São Bento, irmão de Santa Escolástica, foi a composição da Regra escrita por volta do ano 530 d.C. Trata-se de um Manual, um código de orações para a vida monacal. O santo exorta os monges a “ouvirem com o coração” e a “jamais perderem a esperança na misericórdia de Deus”. A sua intenção se tornou não só um farol do monacato, mas também uma fonte providencial de esperança para os pobres e peregrinos e, portanto, para reanimar o destino do Velho Continente.
“ O santo exorta os monges a “ouvirem com o coração” e a “jamais perderem a esperança na misericórdia de Deus”. ”
Bento trouxe a novidade, depois dos excessos do período romano e das violências dos bárbaros, ao não olhar “à condição social nem à riqueza”, mas ao “sentido da pessoa, constituída à imagem de Deus”, como afirmou Papa Francisco por ocasião da conferência (Re)Thinking Europe em outubro de 2017.

Na ocasião o Santo Padre recordou que os ensinamentos de São Bento foram fundamentais para a construção de mosteiros, tornando-se depois o “berço do renascimento humano, cultural, religioso e também econômico do continente”.

São Bento, pai da Europa

São Bento é o pai da Europa. Quando o Império Romano se afundou, consumido pela vetustez e pelos vícios, e os bárbaros investiram sobre as províncias, este homem a quem já chamaram o último dos grandes romanos (na expressão de Tertuliano), aliando a romanidade ao Evangelho, extraiu destas duas fontes o auxílio e a força que lhe permitiram unir fortemente os povos da Europa sob o estandarte e a autoridade de Cristo. (…) De fato, do mar Báltico ao Mediterrâneo, do oceano Atlântico às planícies da Polônia, legiões de monges beneditinos adoçaram as nações rebeldes e selvagens, por meio da cruz, dos livros e da charrua.

Oração e trabalho”: não é certo que esta divisa dos beneditinos contém, na sua majestosa brevidade, a lei principal da humanidade e a sua regra de vida? (…) Orar é um preceito divino; como o é trabalhar: não é certo que temos de cumprir um e outro, para glória de Deus e aperfeiçoamento do nosso espírito e do nosso corpo? (Pio XII)
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