segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Apresentamos aqui os argumentos para a existência de Deus utilizados pelo Dr. Willian Lane Craig, teólogo, filósofo analítico e apologista protestante americano, conhecido por seu trabalho na Filosofia da Religião. (www.reasonablefaith.org)
Dr. Craig participou de vários debates com ateus e céticos e expõe, em geral, 6 argumentos a favor do teísmo. O presente resumo foi feito a partir do debate “Deus existe? Willian Lane Craig X Austin Dacey”:
Ao final do texto, alguns outros links de importantes debates.
Comentário crítico: Os argumentos do Dr. Craig e sua exposição são claros, válidos e convincentes, baseados na filosofia em diálogo com a ciência, principalmente a cosmologia. O sexto argumento, ele o declara, não é um argumento, mas poderia ser se apresentasse como senso religioso inato no homem, apoiado sobre dados sociológicos e antropológicos. Os argumentos filosóficos e cosmológicos poderiam ser mais aprofundados com os dados da filosofia tomista e as cinco vias. A origem protestante do Dr. Craig o impede de ir além nos testemunhos históricos da Tradição católica e no relato científico de milagres, importantes argumentos sempre atuais em favor da atuação direta de Deus na história.

Perguntados se Deus existe, temos que pensar em duas outras questões:
1.       Que boas razões existem para pensarmos que Deus existe?
2.       Que boas razões existem para pensarmos que Deus NÃO existe?
Dr. Craig expões seis linhas de evidências a favor da existência de Deus, deixando as razões para que Deus não exista para seu oponente no debate.
Razão 1: Deus é a melhor explicação para o porquê existe alguma coisa, além do nada.
Qualquer coisa que existe possui uma explicação para sua existência. E a explicação só pode ser de dois tipos: ou a causa está na sua própria natureza ou a causa é externa.
É óbvio que o Universo existe e existem explicações para sua existência, porque o Universo veio a existir no tempo, antes dele nada havia, segundo os cosmólogos. Logo, a causa do Universo é externa.
Então, a causa do Universo deve ser maior que o Universo, isto é, estar fora do espaço e do tempo, logo, imaterial e atemporal (pois não existia matéria e tempo antes do Universo).
Ora, só existem dois tipos de objetos que são assim: objetos abstratos, como números, ou uma mente inteligente.
Mas objetos abstratos não causam nada, portanto, se segue que a explicação do universo é uma causa pessoal, externa e transcendente.
Razão 2: A existência de Deus é inferida pela origem do universo.
Uma objeção pode surgir do primeiro argumento: o universo poderia existir de forma necessária, pela sua própria natureza. Mas este segundo argumento impede este escape: qualquer coisa que exista de forma necessária deve existir eternamente.
As ciências evidenciam que o Universo teve uma origem no tempo, no evento conhecido como Big Bang, do qual surgiu todo o espaço físico e o tempo. Não havia espaço, tempo e matéria pré-existente.
Mas a pergunta necessária é por que o Universo veio a existir. A menos que se queira crer que algo possa surgir do nada, temos por conclusão que
(1)    Qualquer coisa que comece a existir tem uma causa;
(2)    O Universo começou a existir;
(3)    Portanto, o Universo tem uma causa.
A causa do espaço e do tempo deve ser eterna, não espacial, imaterial e de um poder insondável. Além disso, deve ser um ser pessoal.
Porque deve haver um ser pessoal nessas condições? O único modo da causa ser eterna e o efeito ter início no tempo é se a causa for um agente pessoal, que livremente escolheu criar um efeito no tempo, sem nenhuma condição predeterminada.
Razão 3: O ajuste fino do universo aponta para um projetista inteligente.
As leis da natureza apresentam algumas constâncias, como a constante gravitacional. Estas não são determinadas pela natureza, mas foram elas que deram possibilidade de existência para o universo.
Ainda, existem certas quantidades arbitrárias colocadas como condições iniciais sobre as quais as leis da natureza operam, por exemplo, a quantidade de entropia ou o equilíbrio entre matéria e antimatéria.
Todas essas constantes e quantidades se encaixam extraordinariamente em uma faixa muito estreita de valores infinitesimais que permitem a existência de vida. Se esses valores e quantidades fossem infinitesimamente diferentes, nada existiria.
Existe somente três possibilidades de explicar este ajuste fino do universo:  necessidade física, acaso ou design (projeto).
Necessidade física não pode ser, pois vimos que os valores independem e são condições necessárias para as leis da natureza.
O Acaso, é matematicamente impossível. A probabilidade de que todas estas constantes e quantidade se encaixem é absurdamente pequena, e os acertos do acaso teriam que se repetir sequencialmente um número absurdo de vezes.
Portanto, o ajuste fino implica a existência de um Projetista inteligente.
Razão 4: É plausível que os valores morais objetivos sejam fundamentados em Deus.
Se Deus não existe, tampouco valores objetivos (válidos e obrigatórios por si, independente de pessoa ou aceitação).
Um certo evolucionismo moderno afirma que os valores morais são fruto de evolução tanto quanto órgãos e membros biológicos, portanto, uma moral objetiva é ilusória. Nietzsche, que proclamou a morte de Deus, entendeu que sem Deus não há sentido e valor objetivo para a vida.
A questão não é que devamos crer em Deus para reconhecer e viver valores morais. A questão é que na ausência de Deus como fonte da lei moral objetiva, não podemos reconhecer nenhuma moral, pois que seria fruto de evolução, portanto, mutável, não objetiva. Na visão ateísta, não há nada de absolutamente errado em estuprar alguém ou infringir qualquer sofrimento a um inocente. São meras convenções sociais evolucionárias.
Assim, (1) se Deus não existe, valores morais objetivos não existem. (2)E, mesmo que no fundo, todos sabem que valores objetivos existem. (3) Logo, Deus existe.
Razão 5: Os fatos históricos relacionados à vida, morte e ressurreição de Jesus.
Críticos do Novo Testamento chegaram a algum consenso de que o Jesus histórico veio à cena com um senso de autoridade divina. Ele levou uma vida austera de pregação e atos miraculosos.
Mas a confirmação suprema de suas afirmações foi sua ressurreição de dentre os mortos. Se Jesus ressuscitou, parece que temos um milagre divino em nossas mãos e, assim, uma evidência para a existência de Deus.
Existem três fatos históricos estabelecidos, reconhecidos pelos historiadores, que são evidências para  a ressurreição de Jesus:  (1) a tumba encontrada vazia no Domingo após a crucifixão; (2) a experiência de inúmeras aparições do ressuscitado; (3) os discípulos acreditaram na ressurreição num ambiente totalmente contrário a isso.
Tentativas de rejeitar esses fatos (se os discípulos roubassem o corpo; ou que Jesus não teria morrido de fato) são amplamente recusadas pelos críticos.
Portanto, (1) existem três fatos históricos confirmados a favor da ressurreição, (2) a hipótese “Deus ressuscitou Jesus de dentre os mortos” é a melhor explicação para estes fatos, (3) isto implicaria a existência de Deus, (4) portanto, Deus existe.
Razão 6: A experiência pessoal de Deus.
Este não é verdadeiramente um argumento, mas antes uma afirmação da sua existência simplesmente pela experiência pessoal imediata e evidente que dá sentido a vida.
Portanto, para acreditar que o ateísmo está correto, então o opositor terá primeiro que derrubar as seis razões apresentadas e em seu lugar apresentar razões porque o ateísmo é verdadeiro. A não ser que isto aconteça, nós podemos concluir que o teísmo é a cosmovisão mais plausível.
Respostas a algumas objeções:
Em geral se observa que os argumentos do ateísmo estão baseados na dúvida se Deus preenche ou não nossas expectativas. É uma pressuposição perigosa pensar que se nossas expectativas sobre Deus não forem satisfeitas, Deus não existe. O mais provável é que as expectativas estejam equivocadas.
Objeção 1: O sumiço de Deus
Não há razão para esperar mais evidências além das que Ele já deixou. Por que esperar mais evidências que um universo contingente, surgido do nada, o ajuste fino para a existência de vida inteligente, o conjunto de valores transcendentes, a ressurreição e as afirmações de Jesus, e a experiência imediata do próprio Deus?
O objetivo principal de Deus é atrair as pessoas para uma relação livre e amorosa com Ele, não apenas convencê-los de que Ele existe. Uma manifestação mais direta poderia ter o efeito contrária: forçar a relação não dá espaço para a liberdade e o amor.
Objeção 2: O sucesso das ciências naturais
Primeiro, é o teísmo que garante o sucesso das ciências naturais. O mundo é racional e opera segundo leis claras e observáveis, como vimos no argumento do design.
Segundo, Deus pode intervir periodicamente no processo natural que ele mesmo criou. Por exemplo, a ressurreição de Jesus. Toda a história de Israel foi pontuada com a autorrevelação de Deus na história.
Objeção 3: O dualismo mente-corpo ensinado pelo teísmo.
Correlações entre eventos cerebrais e mentais não provam que não existe um “eu”, alma ou mente imaterial que seja correlacionada com o cérebro. O materialismo reducionista diz que eu sou o mesmo que meu cérebro ou sistema nervoso. Porém, as propriedades mentais não são do mesmo tipo que propriedades físicas: “estados de espírito”, percepção moral e identidade pessoal, intenções, sabedoria, liberdade. Não saber como um agente imaterial interage com o material (o cérebro e o corpo) não é razão para negar a realidade da alma, muito menos que Deus existe.
Objeção 4: A evolução extravagante e ineficiente é incompatível com a existência de um Deus inteligente.
Em primeiro lugar, eficiência é importante apenas para uma pessoa que tenha tempo e recursos limitados. Dizer que a via que Ele escolheu é ineficiente é apenas afirmar que não correspondeu a nossas expectativas.
Segundo, o argumento supõe que a teoria macro-evolucionária é verdadeira, mas isso está longe de ser provado. Somente no exemplo do homo sapiens, existem pelo menos 10 passos tão improváveis que, antes que eles possam ter acontecido simplesmente pelo acaso, o sol e a Terra deixariam de existir.
Portanto, se a evolução aconteceu, isto seria literalmente um milagre, e portanto evidência para a existência de Deus.
Objeção 5: O sofrimento dos inocentes no mundo.
Deve-se distinguir “problema emocional do sofrimento” e “problema intelectual do sofrimento”. Dor e sofrimento são uma objeção emocional para reconhecer a existência de Deus, mas não intelectual.
Primeiro, não está claro que o sofrimento seja sem sentido. Apenas não estamos em condições de fazer esse tipo de julgamento. Ao sermos limitados por tempo e espaço, nós não temos condições de conhecer o fim da história e as razões dos acontecimentos. Isso não passa de ressentimento por não saber essa e tantas outras coisas.
Segundo, é logicamente impossível Deus nos dizer, de modo compreensível, a cada um, a razão de tudo. Ele nos diz de uma forma mais geral, de modo que podemos confiar nele e esperar o cumprimento de suas promessas para além desta vida.

Debate entre William Lane Craig e Jamal Badawi - LEGENDADO

Deus Existe? - Debate Craig & Atkins

Entrevista 'A Ressurreição' - William Lane Craig

Craig Versus Ehrman - O Debate da Ressurreição

 

domingo, 25 de fevereiro de 2018

A Instrução Geral do Missal Romano chama de “comentador” no número 105b: “Incumbido de fazer aos fiéis, se for oportuno, breves explicações e admonições, a fim de os introduzir na celebração e os dispor a compreendê-la melhor". E adverte: "As admonições do comentador devem ser cuidadosamente preparadas e muito sóbrias. No desempenho da sua função, o comentador deve colocar-se em lugar adequado, à frente dos fiéis, mas não no ambão”.

Essa função é dispensável em grande parte das assembleias que já estão bastante familiarizadas com a Missa atual. Explicações, neste caso, tornam-se inoportunas.
A Instrução indica apenas as admonições que competem ao sacerdote: a admonição inicial, após o sinal da cruz e a saudação; antes da Oração dos fiéis e antes do Pai-nosso. A análise atenta mostra ainda mais: alguns "comentários" quebram o ritmo normal da Liturgia, por exemplo, no caso citado da admonição inicial, quando o comentarista faz seu "comentário" (às vezes mini-homilias) e logo em seguida o padre também faz esta admonição inicial, que lhe compete, repetindo e cansando os fiéis.

Os lugares costumeiros de se ouvir "comentários" são no início da celebração, antes da Liturgia da Palavra e antes da Liturgia Eucarística. Outros incham ainda mais a celebração colocando "comentários" antes de cada leitura e evangelho e antes da comunhão. Vejamos como são de fato estas passagens na Instrução Geral do Missal Romano (da admonição inicial já falamos acima):
- Antes da Liturgia da Palavra:"128. Terminada a oração coleta, todos se sentam. O sacerdote pode, com brevíssimas palavras, introduzir os fiéis na liturgia da palavra".
- Entre as leituras: Não há esta referência. "Pode então observar-se, se for oportuno, um breve espaço de silêncio, para que todos meditem brevemente no que ouviram". Antes do Evangelho também não há espaço: "131. Depois (da leitura) todos se levantam e canta-se o Aleluia".
- Antes das preces: "138. Terminado o Símbolo (Creio), o sacerdote, de pé junto da cadeira, de mãos juntas, convida os fiéis à oração universal com uma breve admonição".
- Antes da Liturgia Eucarística: Não há espaço. "139. Terminada a oração universal, todos se sentam, e começa o cântico do ofertório".
- Antes do Pai-nosso: "152. Terminada a Oração eucarística, o sacerdote, de mãos juntas, diz a admonição que antecede a oração dominical".
- Antes da Comunhão: Não há comentário, sequer espaço de silêncio. "159. Enquanto o sacerdote recebe o Sacramento, começa-se o canto da Comunhão".

Vemos assim que a função litúrgica do animador hoje estaria reduzida talvez a ler as intenções particulares antes da Missa e, quem sabe, dizer os avisos e convites após a Missa. Algumas grandes celebrações, principalmente campais, podem carecer de algumas intervenções de um animador. Foi muito importante, sem dúvida, nos tempos imediatamente posteriores à reforma litúrgica da década de 60, em que o povo certamente estranharia uma nova forma de celebrar se não tivesse a ajuda de alguns comentários. Hoje, porém, os tempos são outros.

A reforma litúrgica de Bento XVI: passo-a-passo para a comunidade

sábado, 24 de fevereiro de 2018

As procissões estão entre os gestos e atitudes corporais que “visam conseguir que toda a celebração brilhe pela beleza e nobre simplicidade, que se compreenda a significação verdadeira e plena das suas diversas partes e que se facilite a participação de todos. Para isso deve atender-se ao que está definido pelas leis litúrgicas e pela tradição do Rito Romano, e ao que concorre para o bem comum espiritual do povo de Deus, mais do que à inclinação e arbítrio de cada um” (IGMR 42).

As procissões previstas no Missal Romano são (conferir IGMR 44):

1. “do sacerdote ao dirigir-se para o altar com o diácono e os ministros;
2. do diácono, antes da proclamação do Evangelho, ao levar o Evangeliário ou Livro dos evangelhos para o ambão;
3. dos fiéis ao levarem os dons
4. e ao aproximarem-se para a Comunhão.
Convém que estas ações e procissões se realizem com decoro, enquanto se executam os cânticos respectivos, segundo as normas estabelecidas para cada caso”.
A reforma litúrgica de Bento XVI: passo-a-passo para a comunidade

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Muitos, por desconhecimento dessa doutrina ou por má fé, questionam aos Católicos como pode o Papa ser isento de erro se ele peca. Para isso é necessário elucidar que infalibilidade é diferente de impecabilidade.

A doutrina da Infalibilidade do Papa diz que o Sumo Pontífice é infalível quando fala nas condições "ex cathedra", isto é:

1. Quando, na qualidade de Pastor Supremo e Doutor de todos os fiéis, se dirige a toda a Igreja;
2. Quando o objeto de seu ensinamento é a moral, fé ou os costumes;
3. Quando manifesta a vontade de dar decisão dogmática e não simples advertência, instrução de ordem geral.

Em suma, o Papa é infalível quando se dirige, como tal, a toda a Igreja; quando o objeto de seu pronunciamento é moral, fé ou os costumes e quando pronuncia que dará decisão dogmática, ou seja, ele define, manifesta tal decisão.

Em outras palavras, o Papa está passível de falha fora dessas três condições. É necessário elucidar, no entanto, que quando dissemos que o Santo Padre faz um pronunciamento passível de falha, não significa necessariamente que ele falhou, apenas que tal ensinamento ou pronunciamento não foi emitido nas condições "ex-catedra".

A razão da infalibilidade pode ser deduzida das Sagradas Escrituras. Vemos em Mt 28,19-20:

"Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo."(Jesus Cristo à sua Igreja)

Em Jo 14,17.26 Jesus diz a seus apóstolos:
"E o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós."

"Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo que vos tenho dito".

As próprias "Chaves do Reino dos céus" e a promessa de que "as portas do inferno não prevaleceriam sobre ela" (Mt 16, 18-19) são uma característica da infalibilidade do Papa, pois, se Nosso Senhor disse aos apóstolos que eles iriam ensinar a humanidade e que estará com sua Igreja (composta inicialmente por São Pedro e os outros 11 onze apóstolos) até o fim do mundo, então, pela providência divina, esta Igreja não ensinaria nada contra a vontade de Deus.
Portanto, o Papa é infalível nas suas funções como autoridade instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo. No entanto, ter a infalibilidade de ensinar não significa necessariamente ser santo, pois o próprio São Pedro, primeiro Papa da Igreja fundada por Jesus Cristo, pecou.

O fiel comum não é capaz, através de debates com outras pessoas, de definir um ensinamento isento de erro, mesmo os grandes teólogos não possuem essa capacidade. Suas conclusões somente são aceitas quando são colocadas sob apreciação do Magistério Infalível da Santa Igreja centrada na figura do Papa.

Eis o que se deve entender por "infalibilidade" da Igreja, no seu Magistério e no Papa.
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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

O amor misericordioso de Deus nos enche da esperança de uma vida nova mediante o mistério pascal, o fundamento da nossa fé cristã. De fato, o tempo da quaresma na vida da Igreja orienta seus membros para uma renovação profunda, como fruto da conversão que deve ser animada pela boa nova das palavras e ações de Jesus.
A nossa fé se expressa de um modo especial na vida litúrgica. Para nosso auxílio, a Igreja propõe gestos e atitudes significativos.
O silêncio antes, durante e após a Celebração é retomado com mais evidência nesse tempo da Quaresma. Um silêncio que brota do coração que celebra e o conduz ao essencial, isto é, o mistério da fé. O “hino de louvor” e o “Aleluia” da aclamação ao Evangelho são omitidos, o que torna uma referência para que os fiéis compreendam que a Igreja está num retiro, na busca do despojamento tendo como Mestre e Modelo o próprio Jesus.
Por esse motivo, “no tempo da Quaresma só é permitido o toque do órgão e dos outros instrumentos musicais para sustentar o canto” (IGMR 313) de modo que a assembleia experimente certo impacto e se envolva efetivamente no que a Igreja propõem. O mesmo serve para ornamentações: “No tempo da Quaresma não é permitido adornar o altar com flores. Excetuam-se, porém, o domingo Laetare (IV da Quaresma), as solenidades e as festas” que podem ocorrer nos dias de semana (IGMR 305).
Seria uma grande oportunidade para pôr em prática o que a própria Instrução Geral do Missal Romano indica (IGMR 45): “no ato penitencial e a seguir ao convite à oração, o silêncio destina-se ao recolhimento interior; a seguir às leituras ou à homilia, é para uma breve meditação sobre o que se ouviu; depois da Comunhão, favorece a oração interior de louvor e ação de graças”. Evite-se a insistência de tantos comentários, com informações evidentes e desnecessárias, que atrapalham o “ritmo” da Santa Liturgia.

Colaboração do Pe. Ronildson de Aquino, FAM 

A reforma litúrgica de Bento XVI: passo-a-passo para a comunidade
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