O
amor misericordioso de Deus nos enche da esperança de uma vida nova
mediante o mistério pascal, o fundamento da nossa fé cristã. De fato, o
tempo da quaresma na vida da Igreja orienta seus membros para uma
renovação profunda, como fruto da conversão que deve ser animada pela
boa nova das palavras e ações de Jesus.
A
nossa fé se expressa de um modo especial na vida litúrgica. Para nosso
auxílio, a Igreja propõe gestos e atitudes significativos.
O
silêncio antes, durante e após a Celebração é retomado com mais
evidência nesse tempo da Quaresma. Um silêncio que brota do coração que
celebra e o conduz ao essencial, isto é, o mistério da fé. O “hino de
louvor” e o “Aleluia” da aclamação ao Evangelho são omitidos, o que
torna uma referência para que os fiéis compreendam que a Igreja está num
retiro, na busca do despojamento tendo como Mestre e Modelo o próprio
Jesus.
Por
esse motivo, “no tempo da Quaresma só é permitido o toque do órgão e
dos outros instrumentos musicais para sustentar o canto” (IGMR 313) de
modo que a assembleia experimente certo impacto e se envolva
efetivamente no que a Igreja propõem. O mesmo serve para ornamentações:
“No tempo da Quaresma não é permitido adornar o altar com flores.
Excetuam-se, porém, o domingo Laetare (IV da Quaresma), as solenidades e
as festas” que podem ocorrer nos dias de semana (IGMR 305).
Seria
uma grande oportunidade para pôr em prática o que a própria Instrução
Geral do Missal Romano indica (IGMR 45): “no ato penitencial e a seguir
ao convite à oração, o silêncio destina-se ao recolhimento interior; a
seguir às leituras ou à homilia, é para uma breve meditação sobre o que
se ouviu; depois da Comunhão, favorece a oração interior de louvor e
ação de graças”. Evite-se a insistência de tantos comentários, com
informações evidentes e desnecessárias, que atrapalham o “ritmo” da
Santa Liturgia.
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