Muitos, por desconhecimento dessa doutrina ou por má fé, questionam aos
Católicos como pode o Papa ser isento de erro se ele peca. Para isso é
necessário elucidar que infalibilidade é diferente de impecabilidade.
A doutrina da Infalibilidade do Papa diz que o Sumo Pontífice é infalível quando fala nas condições "ex cathedra", isto é:
1. Quando, na qualidade de Pastor Supremo e Doutor de todos os fiéis, se dirige a toda a Igreja;
2. Quando o objeto de seu ensinamento é a moral, fé ou os costumes;
3. Quando manifesta a vontade de dar decisão dogmática e não simples advertência, instrução de ordem geral.
Em
suma, o Papa é infalível quando se dirige, como tal, a toda a Igreja;
quando o objeto de seu pronunciamento é moral, fé ou os costumes e
quando pronuncia que dará decisão dogmática, ou seja, ele define,
manifesta tal decisão.
Em outras palavras, o Papa está passível de falha fora dessas três condições.
É necessário elucidar, no entanto, que quando dissemos que o Santo
Padre faz um pronunciamento passível de falha, não significa
necessariamente que ele falhou, apenas que tal ensinamento ou
pronunciamento não foi emitido nas condições "ex-catedra".
A razão da infalibilidade pode ser deduzida das Sagradas Escrituras. Vemos em Mt 28,19-20:
"Ide,
pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e
do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis
que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo."(Jesus Cristo à sua Igreja)
Em Jo 14,17.26 Jesus diz a seus apóstolos:
"E o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós."
"Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo que vos tenho dito".
As
próprias "Chaves do Reino dos céus" e a promessa de que "as portas do
inferno não prevaleceriam sobre ela" (Mt 16, 18-19) são uma característica
da infalibilidade do Papa, pois, se Nosso Senhor disse aos apóstolos
que eles iriam ensinar a humanidade e que estará com sua Igreja
(composta inicialmente por São Pedro e os outros 11 onze apóstolos) até o
fim do mundo, então, pela providência divina, esta Igreja não ensinaria
nada contra a vontade de Deus.
Portanto, o Papa é infalível nas
suas funções como autoridade instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo.
No entanto, ter a infalibilidade de ensinar não significa
necessariamente ser santo, pois o próprio São Pedro, primeiro Papa da
Igreja fundada por Jesus Cristo, pecou.
O fiel comum não é capaz,
através de debates com outras pessoas, de definir um ensinamento isento
de erro, mesmo os grandes teólogos não possuem essa capacidade. Suas
conclusões somente são aceitas quando são colocadas sob apreciação do
Magistério Infalível da Santa Igreja centrada na figura do Papa.
Eis o que se deve entender por "infalibilidade" da Igreja, no seu Magistério e no Papa.
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