Documento afirma que homilia não 
deve ser longa nem improvisada, mas preparada com estudo e atenta à 
realidade da comunidade local
Agência Ecclesia / Canção Nova
A Congregação do Culto Divino e da 
Disciplina dos Sacramentos (CCDDS), apresentou nesta terça-feira, 10, um
 novo diretório para ajudar sacerdotes e seminaristas a prepararem as 
suas homilias, pedindo que estas evitem a improvisação.
“A homilia não pode ser improvisada, é 
preciso que quem a pronuncia saiba e reavive em si sem cessar a 
consciência do que a Igreja lhe pede”, declarou, em coletiva de 
imprensa, Dom Arthur Roche, secretário da Congregação.
O diretório homilético pretende fornecer 
um conjunto de “linhas mestras” que ajudem a inspirar quer os membros do
 clero quer os futuros padres para o desempenho da sua missão.
| Confira aqui: A arte da pregação sagrada | 
Nesse sentido, recomenda que a homilia 
seja preparada com estudo, não seja demasiado longa e se mostre atenta à
 atualidade e à vida da comunidade concreta em que é pronunciada.
Articulado em duas partes, o documento 
debruça-se sobre “a natureza, a função e o contexto peculiar da 
homilia”, ao mesmo tempo que enuncia “as coordenadas metodológicas e de 
conteúdo que o sacerdote deve conhecer” e “levar em consideração ao 
preparar e pronunciar a homilia”.
A obra vai ao encontro da preocupação 
manifestada pelo Papa Francisco acerca desta matéria, na sua exortação 
apostólica ‘A alegria do Evangelho’, na qual refere que “a pregação 
dentro da liturgia requer uma séria avaliação por parte dos pastores”.
O prefeito da Congregação do Culto Divino
 e da Disciplina dos Sacramentos, disse aos jornalistas que a homilia 
exige “formação espiritual”, que vai além da “eloquência” ou da 
“técnica”, porque é preciso falar “daquilo que se vive”.
O Bispo admitiu que, em relação à duração
 das homilias, há diferenças culturais, porque 10 ou 15 minutos de 
intervenção na Europa podem ser “muito” e na África podem ser 
insuficientes, embora o diretório proponha como orientação de base uma 
maior brevidade.
A homilia, que acontece durante a Missa, 
após a proclamação do Evangelho, está reservada aos “ministros 
ordenados” (bispos, sacerdotes e diáconos), como um “serviço litúrgico”,
 segundo “a fé da Igreja e não de forma pessoal”.
Após o Sínodo dos Bispos de 2008, 
dedicado à Palavra de Deus, o Papa Bento XVI sublinhou a necessidade de 
melhorar a qualidade das homilias, uma preocupação retomada por 
Francisco, seu sucessor.
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