quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Dom Oscar Romero, mártir da fé católica, não da política

Muitos se espantaram com a retomada do processo de beatificação de Dom Oscar Romero, mas por conta das informações superficiais e slogans a seu respeito.
Desde seu assassinato, os "teólogos da libertação" o pegaram para mártir da causa, e não mártir da fé católica. Tanto é assim que as manchetes sobre sua beatificação soam como se fosse uma canonização da teologia da libertação. "Maior nome da Teologia da Libertação será beatificado", estamparam alguns jornais.
Ora, Dom Oscar Romero nunca compactuou com a TL marxista.


Na realidade, Romero buscou uma solução pacífica para os problemas de El Salvador.
Em sua terceira carta pastoral, escrita em 1978, Romero condenou a violência da guerrilha esquerdista como "terrorista" e "sediciosa". Na quarta carta escrita um ano depois, o Arcebispo de San Salvador lembrou a nação que a violência era justificável apenas em situações extremas quando se esgotaram todas as outras alternativas, citando a teoria de guerra justa católica.
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Ao mesmo tempo, compreendeu os perigos do marxismo, condenando o movimento de guerrilha marxista que aterrorizaram a classe dominante de El Salvador. Ernesto Cardenal, o monge trapista que, na década de 1980, foi ministro no governo de sandinista da Nicarágua, escreveu que antes de se tornar um cristão, primeiro deve tornar-se um marxista-leninista. Romero rejeitou-o: seu herói pessoal foi Papa Pio XI, para resistir ao fascismo e comunismo ao mesmo tempo.
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Romero também ficou a parte da teologia da libertação, distinguindo entre a libertação do comunismo e a libertação que Cristo oferece. Na década de 1980, alguns sacerdotes latino-americano, inspirados pelo marxismo, queriam negar a comunhão para os ricos. Romero resistiu, dizendo em uma homilia de 1979: "nós não somos demagogicamente a favor de uma classe social; Nós somos a favor do Reino de Deus, e nós queremos promover justiça, amor e compreensão, onde quer que haja um coração bem disposto."
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Um dos mais firmes apoiantes da beatificação do Romero foi o Papa Bento XVI. Antes e depois da sua eleição ao papado ele expressou seu entusiasmo pela causa, indo tão longe a ponto de dizer que "sem dúvida" Dom Romero será declarado beato um dia.
 http://www.firstthings.com/web-exclusives/2013/03/oscar-romeros-exaggerating-critics

Dom Romero 
"viveu como devoto filho da Igreja, como se depreende das fontes primárias das quais dispomos. Da carta que consta nesse link, enviada ao Papa em favor de S. Josemaría Escrivá (durma-se com um barulho desse: acusam de ser da Teologia da Libertação um bispo que se rasga de elogios ao Opus Dei!), destaco só duas passagens, curtas mas bem representativas do senso de prioridades do falecido bispo de San Salvador (grifos do original):
Conheço faz muito tempo o trabalho do Opus Dei aqui em El Salvador, e posso testemunhar o sentido sobrenatural que o anima e a fidelidade ao magistério eclesiástico, que caracteriza este trabalho.
[…]
Neste mundo tempestuoso, invadido por insegurança e dúvida, a excelente fidelidade doutrinária que caracteriza o Opus Dei é um sinal da graça especial de Deus.
Parece-me evidente, assim, que a canonização de um homem desses não pode jamais ser vista como uma chancela à Teologia da Libertação de cunho marxista, já incontáveis vezes condenada pela Igreja Católica. Ressuscitar este cadáver já putrefato, como já expliquei aqui, seria claramente retroceder os ponteiros do relógio da História – coisa que o Papa Francisco já deixou bem claro que não gosta de fazer.
 http://www.deuslovult.org/2013/04/24/dom-oscar-romero-e-a-teologia-da-libertacao/

Atualização (13/02/2015): Em vídeo, seu secretário pessoal afirma que ele nunca se interessou pela TL; apesar de receber muitos livros sobre, nunca sequer os abriu.  https://www.aciprensa.com/noticias/video-mons-romero-nunca-se-intereso-por-la-teologia-de-la-liberacion-asegura-su-secretario-personal-42365/

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