terça-feira, 9 de outubro de 2018

É lícito, moralmente, abster-se de votar ou anular o voto?


A dúvida é comum principalmente em época de segundo turno de eleições majoritárias. Só há duas opções de escolha e, como é normal, nenhuma é excelente.
Mas o católico não deve abster-se de escolher um lado, ainda que com ressalvas. É praticamente impossível que ambas as opções sejam igualmente ruins. Um deve ser pior que o outro. Neste caso, é obrigação moral escolher o mal menor (ver http://martyriaeditora.blogspot.com/2014/08/o-uso-do-principio-do-mal-menor-na.html.)

Contudo a opção deve ser consciente, fazendo as devidas ponderações, pesando os prós e os contras. Caso a pessoa não tenha condições de fazer tal análise, deve consultar pessoas competentes:
"Consciência perplexa é a de quem, diante de dois preceitos estabelecidos, acredita que pecará se escolher um ou outro; caso possa suspender a ação, é obrigado a adiá-la enquanto consulta pessoas competentes. Se não puder suspendê-la, é obrigado a escolher o mal menor, evitando transgredir o direito natural mais do que o direito humano. Se não é capaz de discernir qual seja o mal menor, faça o que fizer, não peca, porque nesse caso falta a liberdade necessária para que exista pecado formal". (Santo Afonso de Ligório)
 Neste caso, de eleições, temos tempo de discernir ou consultar pessoas capacitadas. Então, é obrigação fazê-lo.

O Papa Francisco declarou:
“Envolver-se na política é uma obrigação para o cristão. Nós não podemos fazer como Pilatos e lavar as mãos, não podemos. Temos de nos meter na política porque a política é uma das formas mais altas de caridade, porque busca o bem comum. Os leigos cristãos devem trabalhar na política. A política está muito suja, mas eu pergunto: está suja por quê? Por que os cristãos não se meteram nela com espírito evangélico? É a pergunta que faço. É fácil dizer que a culpa é dos outros… Mas, e eu, o que faço? Isso é um dever. Trabalhar para o bem comum é dever do cristão”.
 O Concílio Vaticano II também ensinou sobre isso: 
“Lembrem-se, portanto, todos os cidadãos ao mesmo tempo do direito e do dever de usar livremente seu voto para promover o bem comum. A Igreja considera digno de louvor e consideração o trabalho daqueles que se dedicam ao bem da coisa pública a serviço dos homens e assumem os trabalhos deste cargo” (Gaudium et Spes, 75).
Essa diretriz é ainda mais antiga, porém atual: disse o Papa Pio XII em seu discurso de 20 de abril de 1946 à Ação Católica Italiana:
“O povo é convocado para tomar sempre considerável parte na vida pública de uma nação. Essa obrigação traz consigo graves responsabilidades. Daí a necessidade dos fiéis terem um claro, sólido e preciso conhecimento das suas responsabilidades no âmbito moral e religioso no que diz respeito ao exercício de seus direitos civis e em particular o direito de voto.
E ainda, no dia 16 de março de 1946 aos padres paroquiais de Roma:
O exercício do direito de voto é um ato de grave responsabilidade moral pelo menos no que diz respeito à eleição daqueles que são chamados a proporcionar a um país sua constituição e suas leis e em particular aquelas que afetam a santificação de dias santos obrigatórios, o casamento, a família, as escolas e a justa e equilibrada regulação de muitas outras questões sociais. É dever da Igreja explicar aos fiéis os deveres morais decorrentes do seu direito eleitoral.”
E em 10 de março de 1948:
“Nas atuais circunstâncias esta é uma estrita obrigação para todos aqueles que possuem o direito de voto, homens e mulheres, de participar nas eleições. Aquele que se abstém de fazê-lo, seja por comodismo ou fraqueza, comete um grave pecado em si mesmo, uma falta mortal. Cada um deve seguir aquilo que sua própria consciência lhes dita. No entanto, é óbvio que a voz da consciência impõe a todo católico o dar seu voto a candidatos que ofereçam garantias verdadeiras no sentido de proteger as prerrogativas de Deus e das almas, para o verdadeiro bem de indivíduos, famílias e sociedade, conforme o amor de Deus e os ensinamentos da moral católica."
Portanto, se está em dúvida, pondere, estude, escute, reflita, reze, escolha e vote.

Para o pleito presidencial de 2018, fizemos este comparativo das propostas para o segundo turno.

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