A
forma de nos relacionarmos com Deus – a religião – é uma virtude a ser
exercitada como todas as outras virtudes. A religião cristã,
particularmente, é o exercício da fé revelada.
Nossa
fé não é produto da mente dos homens, mas foi revelada pelo próprio
Deus. No princípio, deu ao povo hebreu uma Lei, baseada no Amor, mas que
por isso comporta negações. A misericórdia e a justiça andam lado a
lado, a suavidade e a severidade são expressões de um mesmo Amor terno e
exigente. O que a Lei proíbe é para preservar o homem da escravidão a
que está sujeito se usar mal a sua liberdade.
A
boa notícia de Deus, Jesus Cristo, é o modelo de virtude. Cumpre a Lei,
vai ao Templo, cura e consola, ao mesmo tempo que corrige e denuncia,
usa da ira com a razão, em vista do bem, sem medo ou comodismo.
Ele
dá o verdadeiro sentido do Templo, hoje sua Igreja, seu Corpo vivo: a
finalidade da Igreja é a oração, a união com Deus, que se dará em
definitivo na ressurreição.
O
trecho termina com uma curiosa informação: “Vendo os sinais
que realizava, muitos creram no seu nome. Mas Jesus não lhes dava
crédito, pois ele conhecia a todos”. Esses a quem Jesus não dá crédito,
mesmo que acreditem, são aqueles que creem com interesse egoísta; que
pretendem comprar, negociar com Deus, buscando somente os sinais e
milagres. A verdadeira religião é amar a Deus sobre todas as coisas:
isso implica em cumprir seus mandamentos e fazer chegar a todos sua
presença viva, seu Corpo, sua Igreja.
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