A salvação que vem do Cristo é oferecida a todos. Esta consiste na vida eterna em Deus, anseio último do homem, mesmo daquele que nega a transcendência que lhe é inata.
A
vida terrestre é como que prelúdio da vida divina: o modo com que cada
um vive esta vida será plenificado em Deus. Todos serão saciados: aquele
que espera pouco, pouco será dado; aquele que espera muito, muito será
dado. Analogamente: um pequeno frasco e uma grande jarra; o primeiro
será plenamente saciado com pouca água, o segundo com mais água. Ambos,
porém, satisfeitos.
A salvação só não será dada àquele que a rejeitar. Deus fez o homem livre.
E, sendo Onipotente, uma coisa que Ele não pode é se contradizer; no
caso, contrariar a vontade de um homem que não quer a vida eterna em
Deus. A essa possível aversão voluntária a Deus chamamos inferno.
A
salvação é oferecida inclusive aos que não crêem no Cristo ou em Deus. A
Oração Universal da celebração da Sexta-feira Santa inclui uma prece
"por aqueles que não crêm no Cristo e caminham sob o vosso olhar com sinceridade de coração" para que possam chegar ao conhecimento da verdade. E também uma prece "pelos que não reconhecem a Deus", para que, buscando lealmente o que é reto, possam chegar ao Deus verdadeiro. "Com efeito, aqueles que, ignorando sem culpa o Evangelho de Cristo, e a Sua Igreja, procuram, contudo, a Deus com coração sincero, e se esforçam, sob o influxo da graça, por cumprir a Sua vontade, manifestada pelo ditame da consciência, também eles podem alcançar a salvação eterna". (Concílio Vaticano II. Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja, 16, grifos nossos).
Nenhum comentário:
Postar um comentário