Perguntas enviadas para a fanpage Cursos Católicos:
Jejum e 40 dias
"Um dia eu estava lendo o livro de Êxodo e li uma passagem em que Moisés também fez 40 dias e 40 noites só rezando e sem comer. Será que podem me explicar isso, já que a igreja católica só nos ensina que Cristo foi único a fazer isso?"
Jesus Cristo não foi o único. Os quarenta dias e quarenta noites aparecem em várias
passagens da bíblia. É um tempo bastante simbólico.
Foi o tempo de chuva do dilúvio (Gn 7,4.12.17). Foi o tempo
gasto no embalsamamento de Israel (Jacó), por seu filho José no Egito. Também, “Moisés ficou junto do Senhor quarenta
dias e quarenta noites, sem comer pão nem beber água. E o Senhor escreveu nas
tábuas o texto da aliança, as dez palavras.” (Êxodo 34, 28).
Também foi o tempo da exploração da terra prometida e o tempo, em anos, que o
povo ficou no deserto até lá chegar: “Explorastes a terra em quarenta dias;
tantos anos quantos foram esses dias pagareis a pena de vossas iniqüidades, ou
seja, durante quarenta anos, e vereis o que significa ser objeto de minha
vingança.” (Números 14, 34)
Foi também o tempo que Golias atormentou Judá, antes de ser
derrotado por Davi: “O filisteu aproximava-se pela manhã e pela tarde, e isso
por quarenta dias seguidos.” (I Samuel 17, 16).
“Elias levantou-se, comeu e bebeu e, com o vigor daquela comida, andou quarenta
dias e quarenta noites, até Horeb, a montanha de Deus.” (I Reis 19, 8)
Foi o castigo anunciado por Jonas: “Daqui a quarenta dias
Nínive será destruída.” (Jonas 3, 4)
Por estes textos, fica claro seu significado: é um tempo
simbólico de penitência, de combate espiritual, de preparação. Os 40 dias “sem
comer e beber” de Moisés, Elias e Jesus Cristo não significa privação total de
alimento. Isso seria impossível ao corpo humano por 40 dias. Mas, de fato, foi
um jejum severo, pois não há alimento adequado nem nas montanhas nem no
deserto.
Cinzas
"Poderia me explicar sobre o que seria a missa de cinzas? O significado das cinzas na testa?"
É um sinal de penitência, de arrependimento dos próprios
pecados. "É por isso que me retrato e arrependo-me no pó e na cinza".
(Jó 46,2) "Lembra-te que és pó, e ao pó hás de tornar", lembrando
nossa condição miserável.
As cinzas já eram usadas pelos israelitas como sinal de
penitência: “Para quem se tiver assim manchado, tomar-se-á da cinza da vítima
queimada pelo pecado, e se deitará por cima dela, dentro de um vaso, água viva.”
(Números 19, 17)
“Quando Mardoqueu soube o que se tinha passado, rasgou suas
vestes, cobriu-se de saco e cinza, e percorreu a cidade, dando gritos de dor. (Ester 4, 1)”
“Jejuaram aquele dia, vestiram-se com sacos, cobriram a
cabeça com cinza e rasgaram suas vestes.” (I Macabeus 3, 47)
“Volvi-me para o Senhor Deus a fim de dirigir-lhe uma oração
de súplica, jejuando e me impondo o cilício e a cinza.” (Daniel 9, 3)
No Novo Testamento também encontramos referências:
“Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque se tivessem
sido feitos em Tiro e em Sidônia os milagres que foram feitos em vosso meio, há
muito tempo elas se teriam arrependido sob o cilício e a cinza.” (São Mateus 11, 21; São Lucas
10,13)
***
Livro de espiritualidade monástica e patrística:
0 comentários :
Postar um comentário