terça-feira, 5 de novembro de 2013

Credenciais para a fé


Márcio Carvalho *

Suponhamos que você, leitor, queira se assegurar de que este texto assinado por mim, autor, é meu mesmo e não de um farsante usando nome alheio ou fictício. O que poderíamos fazer para tirar essa dúvida?
Talvez eu pudesse te enviar uma fotocópia de um documento de identidade, onde consta meu nome e foto. Mas não serviria uma carteira de clube de esportes ou da locadora de filmes. Teria que ser um documento de fé pública, emitido por algum órgão reconhecido.
Se a sua desconfiança for ainda maior, não bastará a cópia de meu documento. Você poderá duvidar da autenticidade da cópia, se não foi manipulada ou se o documento original também não é falso. Você poderá, então, se dirigir àquele órgão que teria autoridade sobre aquele documento e perguntar se é verdadeiro, se consta aquele nome nos cadastros. Em última análise, você tem que confiar naquele órgão, no pessoal que lhe assegura a informação, nas instituições maiores a quem são submetidos e de quem recebem autoridade.

Algo semelhante acontece quando se quer provar os conteúdos ou a fonte da fé. Por que creio nesta religião? Por que a Bíblia é verdadeira? Quem me garante que Jesus existiu e sua mensagem é esta que ouvimos hoje?
Jesus confia a continuidade de sua obra à Pedro
A resposta para estas e outras questões passa pela Igreja. Deus não aparece diretamente a cada um dos homens e assopra o que se deve crer. Ele fez isso de uma vez por todas na pessoa de seu Filho Jesus Cristo, Nosso Senhor, Deus eterno que entrou na história humana.
E como chega até nós a mensagem e a obra de salvação operada por Jesus Cristo? Para isso, Ele quis deixar continuadores, depositários fiéis e preparados a levá-l’O aos confins do mundo, até o fim dos tempos. De doze homens fez uma multidão de testemunhas, a Igreja, que não deixa de manter a comunhão com aqueles primeiros Apóstolos autorizados por Cristo a ensinar e administrar a Graça, pelos Sacramentos, em nome d’Ele.
Os Apóstolos constituíram e autorizaram sucessores; estes fizeram o mesmo sucessivamente até chegar a nós. Alguns puseram por escrito boa parte do que aprenderam. Nem tudo foi escrito e nem todos os escritos viraram Bíblia. Coube mais tarde aos mesmos sucessores dos apóstolos decidir o que era ou não era escrito sagrado. Essa transmissão da fé revelada é o que chamamos Tradição, seja oral (o ensinamento dos bispos), seja escrita (a Bíblia).
Dessa forma, a Igreja de Jesus Cristo é aquela fundada sobre os Apóstolos. Chega até nós com o nome de Católica Apostólica Romana. Uma história ininterrupta de uma instituição que, sendo também humana, é querida e guiada pelo Espírito Santo. A fé no Deus vivo e verdadeiro atravessa intacta as turbulências da história humana, que é marcada pelo pecado, através do serviço dos bispos em união entre si e com a Cabeça, representada sobremaneira pelo bispo de Roma, sucessor de São Pedro.
De outro modo não poderia chegar até nós o Cristo senão através de sua única Igreja.


* Márcio Carvalho é formado em Teologia, especialista em Educação, Comunicação e Tecnologias em Interfaces Digitais, diretor e professor no projeto Formação Católica Online (www.cursoscatolicos.com.br) que oferece cursos de conteúdo teológico e pastoral em acordo com o Magistério da Igreja. Diretor da Martyria Editora (www.martyria.com.br). Casado, reside em Juiz de Fora/MG. Contato: marcio@cursoscatolicos.com.br

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