quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

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1. O que é o sacramento da Confissão?
O sacramento da Penitência, ou Reconciliação, ou Confissão, é o sacramento instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo para apagar os pecados cometidos depois do Batismo.
2. É possível obter o perdão dos pecados mortais sem a confissão?
Depois do Batismo não é possível obter o perdão dos pecados mortais sem a Confissão, embora seja possível antecipar o perdão com a contrição perfeita acompanhada do propósito de confessar-se.
3. O que é a contrição?
É o arrependimento por ter pecado. A contrição é perfeita quando movida pelo amor a Deus, no caso, pela consciência de ter ofendido a Deus com o pecado, quando sinceramente não resta nenhum gosto por aquilo que se fez. É, por exemplo, o arrependimento do filho pródigo, que logo que percebe seu erro exclama: "Pequei contra o céu...". Ele não se arrependeu apenas para voltar a ter os benefícios do antigo lar, mas foi com amor, não se importando em ser recebido como escravo.
Quando a contrição é perfeita, essa espécie de dor na alma faz com que a pessoa deteste o pecado, e faça de tudo para evitar cometê-lo novamente.
Qualquer outro tipo de arrependimento, por exemplo, movido apenas por vergonha, por medo das consequências, é chamado de contrição imperfeita. A contrição imperfeita é movida pelo temor do castigo eterno, pela vergonha pessoal, ou qualquer outro motivo.
4. É necessária a contrição perfeita para se confessar?
Não se exige contrição perfeita para o perdão dos pecados na confissão. Basta a contrição imperfeita.


5. O que se requer para fazer uma boa confissão?
Para fazer uma boa confissão são necessárias quatro etapas: 
a) fazer um cuidadoso exame de consciência (identificar as más obras praticadas: ações, pensamentos ou palavras que me tenham afastado de Deus, com que ofendi ou causei dano aos outros ou a mim mesmo).
b) Arrepender-se dos pecados cometidos e fazer o firme propósito de não voltar a cometê-los (contrição)
c) Dizer os pecados ao sacerdote (confissão), escutar as suas palavras de conselho e receber a absolvição.
d) Cumprir a penitência (satisfação).
6. No exame de consciência e na confissão é necessário dizer todos os pecados?
Dos pecados graves ou mortais é preciso acusar a espécie de pecado e  também o número, ainda que aproximado, porque cada pecado mortal deve ser dito na confissão.
O sacramento da Penitência perdoa todos os pecados, mortais e veniais. Mas os pecados veniais não extinguem a graça, de modo que outras obras penitenciais ou o arrependimento sincero bastam para apagá-los. O pecado mortal, diferentemente, só pode ser apagado na Confissão. Por isso, só é estritamente necessário confessar pecados mortais, embora se recomende confessar também os veniais mais frequentes.
7. O que são pecados mortais e veniais?
Essa divisão é uma valoração dos pecados quanto à gravidade: é mortal quando cometido em matéria grave, advertência plena, consentimento perfeito. É venial quando em matéria leve, com certa advertência e algum consentimento. Explicando melhor: o pecado é venial quando não foi cometido com inteira liberdade ou vontade, em matéria leve. Por exemplo, num acesso de raiva, ou bastante forçado por outras pessoas, de modo difícil de resistir.
8. O que é matéria grave ou leve?
Quando se trata de uma coisa notavelmente contrária à Lei de Deus e da Igreja, a matéria é grave. Não é simplesmente dizer que são as matérias dos Dez Mandamentos: por exemplo, uma distração durante a Missa é uma falta contra o primeiro mandamento, uma desobediência a uma tarefa doméstica dada pelos pais é contra o quarto mandamento, mas são matérias leves.
Mais importante que listar pecados graves e leves é distinguir que o pecado mortal requer pleno conhecimento e pleno consentimento. Faltando qualquer desses elementos, o pecado é venial. Se há dúvida se é pecado ou quanto à gravidade, provavelmente não é grave.
9. É preciso descrever minuciosamente os pecados ou apenas de modo geral?
Devemos nos acusar de nossos pecados de acordo com a espécie e o número: não basta dizer “pequei contra a castidade”, pois isso seria o gênero do pecado. É preciso dizer a espécie ou tipo do pecado, sem precisar contar detalhes ou contextos, a não ser que seja essencial para valorar o pecado.
Quanto ao número, dizer quantas vezes cometeu aquela espécie de pecado.
10. Se a pessoa esquece um pecado mortal, obtém igualmente o perdão na confissão?
Se a pessoa esquecer um pecado mortal, pode obter igualmente o perdão, mas na confissão seguinte deve confessar o pecado esquecido.
11. Se a pessoa omitir voluntariamente um pecado mortal obtém o perdão dos outros pecados?
Se uma pessoa, por vergonha ou por outros motivos, omite um pecado mortal, não só não obtém nenhum perdão, mas também comete um novo pecado de sacrilégio, o de profanação de uma coisa sagrada.
12. Só tenho consciência de pecados veniais. Então, não preciso confessar?
A Igreja pede que se confesse ao menos uma vez ao ano.
Os pecados veniais abrem caminho para os mortais. É necessário esforçar-se para eliminá-los constantemente, sob o risco de tornar-se cada vez mais insensível à graça. O acúmulo de pecados "leves" pode tornar-se um peso na vida espiritual.
Além disso, a consciência dos pecados não é sempre certa. Não reconhecer pecados graves pode ser sintoma de uma consciência laxa: aquela que com facilidade julga não ser pecado o que realmente o é, ou ser leve o que é grave. Essa consciência já é insensível do remorso dos pecados, ou é farisaica, desprezando os grandes preceitos enquanto dá valor ao que não é tão importante. É preciso remediar esse tipo de consciência com meditação e mais frequente exame de consciência.


** Curso de Moral Fundamental e das Virtudes **

13. Com que frequência devo me confessar?
Sempre que cometer um pecado grave ou quando desejar progredir na graça livrando-se também dos pecados veniais mais persistentes. Como dito acima, no mínimo uma vez ao ano, se não tem consciência de pecados graves.
Muitos santos e diretores espirituais recomendam a confissão mais frequente, às vezes mensal ou semanal, mas é preciso levar em conta o contexto dessa recomendação, pois não pode ser regra para todos. Quem muito busca a confissão sem ter pecados graves pode ter uma consciência escrupulosa: um estado de espírito no qual, com facilidade e por motivos fúteis, se julga má uma ação que não é tal, ou grave uma que é leve; perdeu a capacidade de julgar, sobrecarregando-se de obrigações que não existem. O escrupuloso deve remediar-se confiando mais em Deus e buscando direção espiritual de pessoa douta e prudente.
14. Para a Comunhão frequente não seria necessária a Confissão frequente?
As disposições requeridas para a Comunhão frequente, mesmo cotidiana, são as seguintes:
1°. Não ter pecado mortal consciente.
2°. Ter reta intenção de honrar a Deus e buscar o bem da própria alma.
3°. Muito bom é também que se esteja ausente de pecado venial voluntário e que se busque o desapego dele. Esta última disposição, no entanto, não é estritamente exigida.
É preciso atenção para não cair num jansenismo. Esta heresia sutil ensinava que a Comunhão só convinha aos perfeitos; era um como prêmio da união com Deus, por isso seria necessário confessar o mínimo pecado para comungar. Contra isso, “Ainda que seja de suma conveniência que as pessoas, que comungam frequente e cotidianamente, estejam isentas dos pecados veniais, ao menos plenamente deliberados, e do afeto a eles, é contudo suficiente que estejam livres de pecado mortal, com o propósito de não mais pecar para o futuro; com esse sincero propósito, torna-se impossível que os que comungam diariamente não se livrem pouco a pouco dos pecados veniais e do afeto aos mesmos” (São Pio X, Sacra Tridentina Synodus).
A Eucaristia é o memorial da Paixão. Ora, a Paixão de Cristo tem como fruto a nossa reconciliação com Deus. Aplaca-lhe a justa ira causada pelos nossos pecados. Assim, cada vez que comungamos, (se o fazemos bem dispostos), reconcilia-se Deus conosco e se dispõe a nos conceder maiores favores.
Ora, reconciliar-nos é perdoar-nos. A Eucaristia perdoa, portanto, nossos pecados cotidianos. Não perdoa, ordinariamente, os pecados mortais, pois para perdoar estes foi instituído o Sacramento da Penitência. Mas a Eucaristia perdoa os pecados veniais. E, anormalmente, se o homem em pecado mortal recebesse o Sacramento da Eucaristia estando de boa fé, a união com Cristo importaria na remissão da culpa mortal. (D. Antônio Affonso de Miranda, SDN, Doutrina Eucarística, pelo Congresso Eucarístico internacional, 1955).

15. Existe “confissão comunitária”?
Não. Atualmente, há três ritos do sacramento da penitência:
a)        Rito para a reconciliação de um só penitente: modo habitual de receber o Sacramento.
b)       Rito para a reconciliação de diversos penitentes, com confissão e absolvição individual: junto com o anterior, constitui o único meio ordinário de reconciliação com Deus e com a Igreja.
c)        Rito para a reconciliação de muitos penitentes, com confissão e absolvição geral (impõe-se uma penitência com caráter geral). Está reservado para casos muito excepcionais. Os fiéis que tenham recebido uma absolvição geral estão obrigados a confessar individualmente, quanto antes, os pecados que lhes foram absolvidos. Não se cumpre, deste modo, o preceito de confessar os pecados graves ao menos uma vez por ano.
Note, portanto, que só existe confissão individual.
16. Na prática, como se confessar?
Deve-se fazer o exame de consciência previamente. Pedir em oração a consciência reta dos pecados cometidos desde a última confissão. Sentir dor e arrependimento pelos pecados. Procure um modelo de exame de consciência (existem muitos) e medite sobre ele.
Ao chegar ao confessionário, seguir as orientações do sacerdote. Normalmente ele iniciará o rito com o sinal da cruz, que você faz sobre si. Ele pode te fazer perguntas ou você inicia contando quanto tempo desde a última confissão e enumerando os pecados, segundo a espécie e o número, dos mais graves aos menos graves.
O sacerdote dirá algumas palavras e pedirá que você faça um ato de contrição, que pode ser lido ou espontâneo, como este:
“Meu Deus, porque sois infinitamente bom, pesa-me de vos ter ofendido. Com o auxílio da Vossa graça, proponho firmemente emendar-me e nunca mais Vos ofender. Peço e espero o perdão das minhas culpas pela Vossa infinita misericórdia. Amém”.
Segue-se a absolvição do sacerdote, que conterá obrigatoriamente estas palavras: “Eu te absolvo de teus pecados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.”
Lembre-se de cumprir a penitência imposta pelo sacerdote e recolher-se em oração de agradecimento.





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