terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Respondendo a uma dúvida de um aluno nosso do Curso de Iniciação Teológica (www.cursoscatolicos.com.br) de como lidar com seus parentes "Testemunhas de Jeová":
Para nós católicos, o nome "próprio" de Deus não é tão importante. Chamamo-lo de Pai, como Jesus ensinou, ou simplesmente de Deus, que é o termo que traduz o que Ele é segundo nossa limitação humana. Deus não é birrento nem petulante de exigir tratamento por tal ou tal nome: isso seria justamente usar de seu nome em vão.
Conforme nosso artigo, o nome revelado a Moisés não era nem é pronunciado pelos judeus tal qual era escrito, mas inseriam as vogais de Adonay (Senhor) no meio das consoantes de YHWH, ficando YeHoWaH, não para ler Jeová, mas para lembrar de pronunciar Adonay naquele lugar. Por que nós pronunciaríamos assim? Jeová é um nome artificial, sem significado nenhum em hebraico.
As Testemunhas de Jeová não são sequer cristãos. Utilizam uma bíblia própria, adulterada segundo os interesses dos fundadores e "anciãos". Como os protestantes em geral, ignoram a unidade de toda a Sagrada Escritura e baseiam suas crenças em versículos isolados. Quando um outro versículo contradiz, o adulteram ou ignoram.
Sobre as adulterações da bíblia TJ ("Tradução do Novo Mundo"), veja estes artigos:
Sobre sua história e principais erros:
Eles têm treinamento prático e intensivo para suas visitas, ensaiam cada palavra, pergunta e cada folheto que pretendem te dar. São treinados também para responder as principais objeções, e quando são surpreendidos por alguém com algum conhecimento das Escrituras vão querer voltar com um "ancião" ou oferecer um "curso bíblico". Por esses motivos, não é muito frutífero querer debater com eles, mas algumas verdades podem ser jogadas no ar, tenho a devida astúcia de não cair nas armadilhas que têm nas mangas.
Eles não leem nada do que você queira dar-lhes, mas não custa tentar. Encontrei estes folhetos com uma síntese dos seus erros, mas a linguagem é direcionada para a formação do público em geral, não exatamente para entregar aos TJs:

Não custa tentar falar um pouco sobre nossa fé, ao invés de tentar atacar a deles. Aqui temos alguns folhetos nesse sentido (veja a seção de folhetos do nosso blog):
  1. Jesus Cristo mentiu? - fatos sobre a existência de Jesus, dos Evangelhos e da Igreja.
  2. "A Minha Igreja" - sobre a única e verdadeira Igreja de Cristo.
  3. A Bíblia Católica -  sobre as diferenças entre as bíblias católicas e protestantes, a importância da Tradição, os erros de tradução.
  4. Por que não sou protestante? - são sete razões principais. [áudio mp3]
  5. Por que creio na Igreja Católica? - porque temos certezas. 
  6. Só a bíblia basta? - cinco razões porque a bíblia não é autossuficiente.


quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Revistas, livros, sites e intrometidos em geral gostam de afirmar que a data do Natal é arbitrária ou que foi escolhida para substituir a festa pagã romana do "Sol invictus". Esta parece uma bela coincidência, mas a verdade é que essa festa é posterior (criação do "deus" em 222 d.C., criação do culto em 270 d.C., oficialização do culto no dia 25/12 em 274 d.C.) ao conhecimento da data do Natal. É mais certo que o imperador tenha colocado essa festa justamente para confrontar os cristãos.

Como descobrimos o 25 de dezembro

Temos informações bíblicas e históricas suficientes para intuir que esta data esteja bastante correta.
Partimos da informação da concepção de João Batista:
"Nos tempos de Herodes, rei da Judéia, houve um sacerdote por nome Zacarias, da classe de ABIAS; sua mulher, descendente de Aarão, chamava-se Isabel. Ora, exercendo Zacarias diante de Deus as funções de sacerdote, NA ORDEM DA SUA CLASSE, coube-lhe por sorte, segundo o costume em uso entre os sacerdotes, entrar no santuário do Senhor e aí oferecer o perfume" (Lc 1,5.8-9).
No Primeiro Livro de Crônicas (1Cr 24,1-7.19), está estabelecida a ordem das 24 classes sacerdotais. Junto com outros textos e informações, pesquisadores como Annie Jaubert, Shemarjahu Talmon, Josef Heinrich Friedlieb e outros conseguiram calcular a data desse turno sacerdotal como tendo ocorrido na semana do Dia da Expiação; em nosso calendário, o Dia da Expiação cai em qualquer dia entre 22 de Setembro e 8 de outubro.

Daí se concluiu que o segundo turno de Abias em que serviu Zacarias ocorreu na semana de 24 a 30 de setembro. Somando-se nove meses da gestação, João Batista teria nascido em 24 de junho, conforme tradição antiga da Igreja. Alguns tradições orientais celebram também o anúncio do nascimento de João Batista em 24 de setembro.


Ora, quando o anjo Gabriel apareceu a Maria, em Lucas 1,36, disse que Isabel já estava no sexto mês de gravidez. Logo, se João Batista foi concebido em setembro, seis meses depois, em Março, Maria ficou grávida de Jesus. Precisamente em 25 de março a Igreja desde muito antigamente celebrou a Anunciação. De março a nove meses: 25 de dezembro!



Testemunhos patrísticos

Alguns Padres da Igreja já alegavam que 25 de Dezembro era o nascimento de Cristo antes das datas pagãs. 
Teófilo (115-181 d.C), bispo católico de Cesareia na Palestina:
Devemos comemorar o aniversário de Nosso Senhor; a cada 25 de dezembro isso deve acontecer.” 
Santo Hipólito (170-240) escreveu que o nascimento de Cristo ocorreu em 25 de dezembro:
O Primeiro Advento de nosso Senhor na carne ocorreu quando Ele nasceu em Belém, era 25 de dezembro, uma quarta-feira, enquanto Augustus estava em seu quadragésimo segundo ano, que é de cinco mil e quinhentos anos desde Adão. Ele morreu no trigésimo terceiro ano, 25 de março, sexta-feira, no décimo oitavo ano de Tibério César, enquanto Rufus e Roubellion eram cônsules.” (Comentário sobre Daniel 4, 23)
Santo Agostinho confirma esta tradição de 25 março como a concepção messiânica e 25 de dezembro como o Seu nascimento:
É crido que ele foi concebido no dia 25 de março, dia em que também ele sofreu; de modo que o seio da Virgem, no qual ele foi concebido, onde ninguém dos mortais foi gerado, corresponde à nova sepultura na qual ele foi enterrado, na qual ninguém havia sido posto (Jo 19,41), nem antes nem depois dele. Mas ele nasceu, segundo a tradição, em 25 de dezembro.” (Sobre a Trindade Livro 4,  Capítulo 5)

Objeções

Já indicamos que a festa do Sol Invictus é posterior à data do Natal. Passamos então a outras objeções:

O solstício e as saturnálias

Saturnália era uma festa popular do inverno dos romanos. No entanto, o solstício de inverno cai em 22 de dezembro, e as saturnálias ocorriam de 17 a 23 de dezembro. As datas, portanto, não coincidem com o Natal em 25 de dezembro.
Pastor e ovelhas no inverno em Belém

O inverno e os pastores

Alguns dizem que não poderiam haver pastores nos campos em 25 de dezembro pois era inverno rigoroso. Ora, estão pensando em inverno de Papai Noel. A temperatura em Belém no inverno chega em torno de 10º, perfeitamente suportável, e basta pesquisar (ou ir lá) para ver os pastores e as ovelhas no inverno. 


Conclusão

Fica claro, portanto, que a data de 25 de dezembro não é nada arbitrária, pois é apoiada por dados históricos, bíblicos e pela tradição litúrgica mais antiga da Igreja. 
Percebe-se também que não é uma data absolutamente precisa, pois calculou-se o período de gestação de nove meses exatos, e sabemos que isso não é tão exato assim. A diferença de poucos dias que possa haver não diminui a comemoração, cuja data mais provável e consagrada é o 25 de dezembro.



Referências

Wikipedia. Sol Invicto
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