sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Ainda é do desconhecimento de muitos católicos a doutrina da Igreja sobre a sexualidade humana.
Há quem ignore por completo a existência de exigências morais sobre a sexualidade e a fecundidade, além do "não adulterar".
Outros pensam num extremo oposto, que a doutrina moral da Igreja reconhece o sexo apenas para a procriação, algo que tornaria dificílimo o exercício da sexualidade de um casal.
Em resumo, o ato sexual tem uma dupla finalidade, unitiva e procriativa:
O prazer sexual é moralmente desordenado quando procurado por si mesmo, isolado das finalidades da procriação e da união. (Catecismo, 2351)
Nem toda relação sexual resulta em fecundação, pois a mulher tem um amplo período infértil em cada ciclo ovulatório. Por isso é lícito, bom e desejável que os esposos tenham relações nesses períodos, porque aumentam o afeto entre si e não estão rejeitando o aspecto procriativo, pois este está limitado por um fator natural.
A fecundidade é um dom, uma finalidade do matrimónio, porque o amor conjugal tende naturalmente a ser fecundo. O filho não vem de fora juntar-se ao amor mútuo dos esposos; surge no próprio coração deste dom mútuo, do qual é fruto e complemento. Por isso, a Igreja, que «toma partido pela vida» (112), ensina que «todo o acto matrimonial deve, por si estar aberto à transmissão da vida» (113). «Esta doutrina, muitas vezes exposta pelo Magistério, funda-se sobre o nexo indissolúvel estabelecido por Deus e que o homem não pode quebrar por sua iniciativa, entre os dois significados inerentes ao acto conjugal: união e procriação». (Catecismo, 2366)
Para saber mais, leia: Planejamento familiar, controle de natalidade ou paternidade responsável?

Entre os atos moralmente contrários à dignidade da sexualidade humana e ao dom da fecundidade estão os atos que dissociam a procriação do ato sexual (inseminação e fecundação artificial), os métodos contraceptivos (químicos, de barreira, naturais) e a esterilização direta (laqueadura e vasectomia).
É sobre estes últimos que nos deteremos sobre a culpabilidade e a reparação; a sua inadmissibilidade é facilmente verificável, por exemplo:
A regulação dos nascimentos representa um dos aspectos da paternidade e da maternidade responsáveis. A legitimidade das intenções dos esposos não justifica o recurso a meios moralmente inadmissíveis (por exemplo, a esterilização directa ou a contracepção). (Catecismo, 2399)

 Culpabilidade e reparação de uma vasectomia ou laqueadura

Para formar um juízo justo sobre a responsabilidade moral dos sujeitos, e para orientar a acção pastoral, deverá ter-se em conta a imaturidade afectiva, a força de hábitos contraídos, o estado de angústia e outros factores psíquicos ou sociais que podem atenuar, ou até reduzir ao mínimo, a culpabilidade moral. (Catecismo, 2352, grifos nossos)
Quando a pessoa ou o casal diz que "não sabia" que era pecado a esterilização, se está sendo sincera, fica claro que não tem culpa grave. Às vezes pode haver um outro pecado, que é o de não ter procurado aconselhamento e informação suficiente sobre decisões tão importantes.
Em todo caso, é recomendável que o fato seja confessado sacramentalmente (confissão com um sacerdote), para que se inicie a devida reparação.
Todo pecado exige reparação, nesta vida ou na próxima (purgatório). No caso específico da esterilização, há algumas coisas que poderiam ser feitas, de acordo com cada caso, e de preferência sob orientação de um confessor.

1. Se o casal está em idade fértil e ainda pode ter filhos:
- É desejável fazer a reversão do procedimento.
- Se não há condição financeira para isso, busque outra forma de penitência, talvez uma obra ou atividade em favor das famílias e das crianças.

2. Se o casal já não tem idade fértil ou tenha impedimento grave de saúde:
busque uma forma de reparação, talvez uma obra ou atividade em favor das famílias e das crianças.

- Em ambos os casos, busque o casal conhecer a doutrina da Igreja que ignoravam, conheça também conhecimento sobre sexualidade e fecundidade, e busquem a castidade (NÃO É abstinência sexual, mas boa vivência da sexualidade dentro do matrimônio). O casal infértil pode manter a vida sexual para garantir o significado unitivo do ato para o casamento e oferecer seus sacrifícios a Deus e ao próximo.

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Curso Matrimônio, Família e Fecundidade / Curso Moral Fundamental e das Virtudes
www.cursoscatolicos.com.br

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